"A gente tem que alcançar uma dança entre o tradicional e o novo", ele afirma
Desde a estreia de Uma Família da Pesada (Family Guy), em 1999, Seth MacFarlane tem sido mais conhecido por seus desenhos sujos e anárquicos. Mas nos últimos meses ele foi além, apresentando o Saturday Night Live, gravando um disco de standarts indicado ao Grammy e dirigindo um megasucesso de Hollywood, O Ursinho Ted. Mas a coroação final vai ocorrer neste domingo, 24, quando ele vai apresentar o Oscar. Mesmo com esse cargo pomposo, o norte-americano confessa: “Adoro uma boa piada de peido”.
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Por que a cerimônia do Oscar geralmente não presta, e como você vai torná-la melhor?
Todas elas tiveram qualidades redentoras. O negócio é encontrar aquele equilíbrio entre fazer o que eu faço, mas sabendo que isso é o Academy Awards, não o roast do Donald Trump. É andar naquela linha entre uma teatralidade mais antiga, permitindo que seja contemporânea com um pouco de provocação. Johnny Carson e Billy Crystal foram dois mestres de cerimônia que andaram nessa linha. Há um momento em Uma Família da Pesada que tem Gene Kelly dançando com Stewie – é isso que a gente tem que alcançar, uma dança entre o tradicional e o novo.
Você escreveu o roteiro da cerimônia com a equipe de Uma Família da Pesada?
Isso não vai ser Oscar encontra Uma Família da Pesada. Apresentadores que vêm com uma marca e tentam transformar a cerimônia nessa marca nunca funcionam. Você tem que se adaptar ao Oscar, não o contrário.
O Ursinho Ted foi sobre um cara que mantém uma fantasia da infância durante a vida adulta. Você não é casado e ganha dinheiro fazendo desenhos animados. Sente-se um pouco como uma criança crescida?
Estranhamente, eu não tenho muito a ver com aquele personagem. Nunca tive um bicho de pelúcia que eu quisesse que ganhasse vida. A história parecia universal o suficiente para fazer barulho. Mas ao trabalhar com entretenimento você tem que manter um certo grau de infantilidade. É um dos motivos pelos quais Steven Spielberg tem sido tão bem sucedido: ele consegue manter esse senso de fantasia na vida adulta. Acho que isso torna pessoas como nós um pouco menos “crescidas” que as demais, emocionalmente.