Pressionados pelo debate aberto por Lily Allen, músicos da organização assinaram documento para expressar apoio a sanções mais fortes contra quebra de direitos autorais
No Reino Unido, a poeira acerca dos debates sobre pirataria não baixou: há 10 dias, Lily Allen vestiu as luvas para nocautear a Featured Artists Coalition (FAC), coligação criada com o intuito de proteger os direitos autorais dos artistas. Em post no blog do MySpace, a cantora (em breve ex-cantora, segundo a própria) recriminou colegas "ricos e bem-sucedidos" da FAC, por suposta defesa à troca ilegal de arquivos.
A associação reagiu dizendo que não era bem assim: seus membros apoiam reforço de medidas antipirataria, mas acham alguns pontos do projeto exagerados, como o corte do acesso à internet como punição (projeto semelhante acabou de ser aprovado pelo parlamento francês).
Mudaram de ideia. Passaram para o lado de Allen.
De acordo com o site da revista NME, Ed O'Brien (Radiohead), Dave Rowntree (Blur), George Michael, Patrick Wolf e Tim Rice-Oxley (Keane) estão entre os músicos que assinaram documento, em nome da FAC, para apoiar a lei dos "três golpes" contra aqueles que se valem do compartilhamento ilícito de arquivos.
Antes, a organização fazia pressão para que o governo britânico desistisse de adotar postura tão severa contra internautas.
Na quinta, 24, o britânico Peter Mandelson, secretário de Negócios, voltou a defender sua proposta: quem persistir em baixar músicas, filmes ou qualquer outro tipo de arquivo sob proteção de direitos autorais receberá três notificações do governo - se a pessoa ignorar os apelos, terá conexão prejudicada. Seria, de acordo com o político, uma "medida final" contra os desobedientes.
Os membros do FAC se encontraram no mesmo dia para discutir o assunto. A reunião rendeu o seguinte comunicado, disponível no site da coligação: "Nosso grupo votou, majoritariamente, pelo apoio à sanção dos 'três golpes' sobre aqueles que persistentemente baixarem arquivos ilegais, sanções que compreendem uma carta de alerta, outra carta mais forte e sanção final que restringiria a velocidade de conexão do infrator a um nível que tornaria impossível a troca de arquivos".
Para defender sua causa, Allen, que logo depois de ampliar o debate à esfera pública embarcou para dois shows no Brasil, montou o blog It's Not Alright ("não está tudo bem"). Há dois dias, a artista deletou o endereço, por ter se incomodado com "abuso", que "estava demais".
A cantora também aparece entre as assinaturas do documento, com a especificação de que ela não é integrante da FAC.
Desde o começo do imbróglio, vários colegas saíram ao socorro de Allen, entre eles Sir Elton John, James Blunt, Matthew Bellamy (Muse) e Mark Ronson. Agora, aparentemente, integrantes da FAC também endossaram lei que prevê sanções mais rígidas a usuários "piratas" no Reino Unido.