Após conhecer o golpista nas redes sociais, a brasileira acreditou que estava se relacionando com o verdadeiro Johnny Depp
Em outubro de 2020, uma brasileira de 61 anos começou a conversar com um perfil falso no Instagram que fingia ser o ator Johnny Depp. E, imaginando estar em um relacionamento com o verdadeiro astro, a aposentada acabou tornando-se vítima de um golpe milionário.
No começo das interações, segundo a própria mulher narrou à Justiça, de acordo com o UOL, ela e o falso Johnny Depp conversavam apenas sobre “assuntos do cotidiano”. Eventualmente, no entanto, o golpista apareceu com "uma história triste de que precisava de dinheiro para o pagamento de condenações em processos nos quais ele estava envolvido".
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Na época — curiosamente, ou não —, o verdadeiro Johnny Depp enfrentava uma disputa judicial com Amber Heard, sua ex-esposa, o que deixou a trama criada pelo golpista ainda mais crível. O problema é que, segundo a advogada Eduarda Tosi, que defende a vítima no processo do caso, as mentiras do falso ator não pararam por aí:
Junto com a história triste de não ter dinheiro para pagar as referidas taxas, teve início um 'romance' onde começaram as promessas do golpista de levar a autora [do processo] para morar com ele. A pandemia contribuiu para que ela acreditasse em toda mentira contada pelo golpista, haja vista o abalo emocional vivenciado. Ela só procurava uma saída ou mudança de vida”, afirmou a advogada à Justiça.
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Foi assim, inclusive, que a aposentada vendeu um carro e uma casa para ajudar o golpista, além de ter realizado uma cirurgia plástica motivada por sua suposta mudança para Los Angeles, nos Estados Unidos. No total, a brasileira transferiu R$ 208,4 mil para o golpista.
Realizados em três datas de 2020, os depósitos foram feitos em uma conta no Banco do Brasil que o falso Depp afirmava pertencer a um "amigo brasileiro de seu advogado". O primeiro deles, realizado em 30 de novembro, foi de R$ 15 mil; o segundo, em 1º de dezembro, foi de R$ 40,4 mil; e o terceiro, em 7 de dezembro, somou outros R$ 153 mil na conta do falso ator.
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Pouco mais tarde, o golpe foi desmascarado pelo filho da aposentada, que estranhou o alto valor dos depósitos. A mulher, então, entrou na Justiça contra o Banco do Brasil, afirmando que a instituição permitiu que o golpista movimentasse uma conta fraudulenta "por falta de manutenção e fiscalização". "Houve nítida negligência do banco", afirmou ela à Justiça.
Já no processo, o Banco do Brasil se defendeu, afirmando que a aposentada "transferiu os valores por livre e espontânea vontade". Argumentando que não teria interferido nas operações, a instituição afirmou que “o prejuízo não foi causado pelo banco, mas em razão de acontecimentos que escapam ao seu poder". Diante da defesa, a juíza Clarissa Alves, então, rejeitou a acusação contra o banco — decisão contra a qual a aposentada ainda pode recorrer.