Após apresentação coletiva de “We Are The World” e “Heal the World”, irmãos do astro fazem discurso final; Paris, filha do cantor, chorou ao microfone
Martin Luther King III e Bernice King, filhos de Martin Luther King e, assim, como o pai, defensores dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, se uniram à despedida a Michael Jackson, no Staples Center, em Los Angeles, nesta terça, 7. O discurso foi seguido pela congressista Sheila Jackson-Lee, do Estado do Texas. A representante mostrou publicamente a Resolução 600, aprovada pelo governo norte-americano, que reconhece Michael Jackson como ícone da música, lenda e filantropo.
Usher marcou sua participação no evento com "Gone Too Soon", de Dangerous, cantando ao lado do caixão do ídolo. Ao final da apresentação, foi exibido um vídeo para representar o começo da carreira de Michael, ao lado dos quatro irmãos que formavam o Jackson 5. Em seguida, Smokey Robinson voltou ao palco (ele abriu a cerimônia) e exaltou o talento do Rei do Pop.
Shaheen Jafargholi, de 12 anos, ex-concorrente do programa Britain's Got Talent, cantou "Who's Lovin' You". O jovem cantor foi seguido pelo discurso de Kenny Ortega, diretor da temporada de 50 shows (a This Is It) que Michael Jackson faria em Londres.
O memorial contou, por fim, com diversos cantores de apoio do cantor apresentando "We Are The World", com a família Jackson, Lionel Richie (que escreveu a melodia da música; Michael escreveu a letra) e outros convidados no palco. A canção foi emendada com "Heal the World", que finalizou o show.
Pouco antes do final, os irmãos de Michael se juntaram ao redor do microfone. Jermaine e Marlon falaram à plateia em nome da família (o segundo, se emocionou ao pedir que Michael desse "um abraço" no irmão Brandon - gêmeo de Marlon -, que morreu ao nascer). Quebrando o protocolo do evento, a filha do meio do Rei do Pop, Paris Michael Katherine Jackson, de 11 anos, também pronunciou algumas palavras sobre o pai ("desde que nasci, ele foi o melhor pai que vocês podem imaginar").
Após a saída de todos, um feixe de luz era a única imagem que se tinha no palco, enquanto o caixão com o corpo deixava o recinto. Por fim, o Pastor Lucious Smith fez uma benção com a frase "Estou vivo e estou aqui para sempre", de Michael Jackson, no telão ao fundo.
Abaixo, assista ao pronunciamento de Jermaine e Marlon:
Estrelas
Smokey Robinson abriu a cerimônia de homenagem a Michael. O cantor, ex-integrante do quarteto vocal The Miracles (o primeiro a assinar com a gravadora Motown, que lançou discos do Jackson 5), leu um discurso em homenagem, com textos de Diana Ross (a cantora fica com a guarda dos três filhos de Michael, caso a mãe do astro, Katherine Jackson, não possa assumir a posição) e Nelson Mandela. Depois da apresentação de um coral, Mariah Carey subiu ao palco ao lado de Trey Lorenz. A dupla apresentou versão de "I'll be There".
A atriz e cantora Queen Latifah recitou um poema de Maya Angelou, escrito para Michael Jackson, intitulado We Had Him. A artista logo foi sucedida por uma apresentação de Lionel Richie,com "Jesus Is Love", gravada pelo grupo Commodores, do qual foi integrante.
Berry Gordy, fundador da Motown, foi o próximo da lista de homenagens. Ele lembrou de momentos com o astro e elogiou o trabalho do cantor. "Michael era melhor que as outras pessoas que inspiraram minha carreira. Michael, obrigado pela felicidade e pelo amor. Você vai viver em meu coração para sempre. Eu te amo."
Em seguida, o público assistiu a um vídeo com imagens de diversos clipes, embalados por hits como "Bad" e "You Are Not Alone". Após a exibição no telão, Stevie Wonder surgiu diante do público de mais de 11 mil pessoas no Staples Center (foram distribuídas 11 mil entradas para o público em geral, fora convidados; 7,5 mil ingressos foram sorteados para o espaço vizinho Nokia Theatre, de onde o evento foi exibido em um telão). O cantor fez um pequeno pronunciamento e apresentou "Never Dreamed You'd Leave in Summer", emendada com "They Won't Go When I Go", de 1974.
Conforme programado, os astros do basquete norte-americano Magic Johnson e Kobe Bryant (jogador do Los Angeles Lakers) se uniram para falar de suas próprias experiências com Michael Jackson. Ambos lembraram também das ações filantrópicas do cantor e apontaram que foi ele quem abriu as portas para os afroamericanos.
Na sequência, a cantora Jennifer Hudson, grávida, foi para baixo dos holofotes e apresentou uma versão para "Will You Be There", do disco Dangerous, de 1991. O reverendo Al Sharpton também fez seu pronunciamento sobre o popstar.
John Mayer trocou a voz pela guitarra e mostrou o lado instrumental para "Human Nature", faixa de Thriller. Em seguida, foi a vez de a atriz Brooke Shields, ex-namorada e amiga de Michael, falar sobre sua relação com o cantor. "Não gravamos músicas, nem nos apresentamos no mesmo palco, mas rimos juntos", disse, emocionada. A artista leu ainda uma passagem do clássico O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry.
E contou: "A música favorita de Michael não era uma de suas obras-primas, mas uma do filme Tempos Modernos, escrita por Charles Chaplin, chamada 'Smile'". Essa foi a deixa para Jermaine Jackson, irmão mais velho do astro, aparecer no palco e começar a cantar a música (Michael gravou a faixa - com letra de John Turner e Geoffrey Parsons - no disco HIStory).