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Fandoms de Harry Potter se unem contra comentários transfóbicos de J.K. Rowling; entenda

A autora foi duramente criticada por diminuir a causa trans: "E a mensagem de empoderamento dos livros?"

Redação Publicado em 05/07/2020, às 12h00

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J.K. Rowling (Foto: John Phillips / Getty Images)
J.K. Rowling (Foto: John Phillips / Getty Images)

Os fandoms MuggleNet e The Leaky Cauldron se uniram para combater a série de comentários transfóbicos de J.K. Rowling no Twitter, nos quais a autora afirma que "não se pode mudar o sexo biológico."

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Na última quinta, 2, a GLAAD, ONG em defesa aos direitos LGBTQA+, anunciou que estava trabalhando em conjunto com os fandoms da franquia Harry Potter, a fim de ensiná-los a rebater os argumentos de Rowling sobre a comunidade transgênero e se distanciar "das crenças prejudiciais e refutadas" que ela tem apresentado.

No mesmo dia, os representantes do MuggleNet e do Leaky Cauldron emitiram uma nota condenando os comentários da autora e, ao mesmo tempo, dobrando o compromisso de estabelecer um ambiente seguro aos leitores, independentemente da sexualidade ou identidade de gênero.

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“Além da falta de gosto [de J.K. Rowling] ao escolher o Mês do Orgulho LGBTQ+ [em junho] para publicar estas declarações, acreditamos que o uso de sua inflência e e privilégio para atacar pessoas marginalizadas não condiz com a mensagem de aceitação e empoderamento presente em seus livros”, diz o comunicado. 

“Nossa postura é firme: mulheres trans são mulheres. Homens transgêneros são homens. Pessoas não binárias são não binárias. As pessoas intersexuais existem e não devem ser forçadas a viver no binário. Estamos com os fãs de Harry Potter destas comunidades. Embora não toleremos os maus-tratos que Rowling tenha recebido ao expor suas opiniões sobre pessoas trans, rejeitamos suas crenças”, conclui.

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Combinados, o MuggleNet e o Leaky Cauldron somam mais de 1 milhão de seguidores no Facebook e cerca de 474 mil no Twitter.

Entenda

No último mês, J.K. Rowling ironizou o uso da palavra “pessoas” ao invés de “women”, mulheres em inglês. “‘Pessoas que menstruam’. Eu tenho certeza que existe uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude. Wumben? Wimpund? Woomud?”, escreveu J.K.

A Humans Rights Campaign também se manifestou e retuitou um post feito em dezembro do ano passado, depois que J.K. defendeu a pesquisadora Maya Forstater, que afirma que não se pode mudar o sexo biológico. 

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'Mulheres trans são mulheres. Homens trans são homens. Pessoa não-binárias são não-binárias. Em cópia, J.K. Rowling’."

Em resposta às críticas, a escritora disse que passou os últimos três anos estudando sobre transexuais e afirmou que o ódio pelas mulheres é eterno. Em seguida, ela escreveu que ama as pessoas trans, mas negar a existência do sexo é apagar a realidade das mulheres.

“Se o sexo não é real, não existe atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida pelas mulheres ao redor do mundo é apagada. Eu conheço e amo as pessoas trans, mas apagar o conceito do sexo impede a capacidade de muitos discutirem significantemente a vida deles, Não é ódio falar a verdade”. 

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Ela completou: “Eu respeito todos os direitos das pessoas trans de viverem do jeito que sentirem autênticas e confortáveis. Eu vou marchar com vocês, se vocês fossem discriminados por serem trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada por ser mulher. Não acredito que seja ódio dizer isso.”


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