Em show de hits, pacote básico de Black Sabbath agradou exigentes
Os tempos definitivamente são outros. Se no sábado Ozzy Osbourne subiu ao palco montado no Parque Antártica vestindo preto é, provavelmente, para disfarçar a barriguinha - e não para se integrar à multidão dedicada ao heavy metal que lotava o lugar.
Sabe como todo artista promete "nunca mais demorar tanto assim para voltar ao Brasil"? O ex-vocalista do Black Sabbath fez a mesma coisa, mas no caso dele dá até para acreditar. Por aqui os fãs são claramente mais dedicados à carreira solo do lendário mordedor de morcego. Por exemplo: a única música pedida em coro foi "No More Tears" (do álbum de mesmo nome, lançado em 1991).
E se o público quer, por que não dar? Vieram "Bark at the Moon", "Crazy Train", "I Don't Know", "Mama, I'm Coming Home", "Mr. Crowley", "Suicide Solution", "Road to Nowhere"& Até a quantidade de faixas do mais recente Black Rain (2007) foi moderada e não chegou a atrapalhar (a maior prova disso foi um tiozão colando em mim durante a balada genérica "Here For You" e gritando na minha orelha: "Doida essa balada, né?").
Os hits - e só eles - do Black Sabbath serviram mais para pontuar o show. Estava lá o pacote básico: "Paranoid", "War Pigs", "Iron Man". O suficiente para agradar os mais exigentes. E por falar em exigência, a banda de apoio de Ozzy não faz feio: os fiéis Mike Bordin (ex-baterista do Faith No More) e Zakk Wylde (guitarrista do Black Label Society, cujas mãos sangraram sem parar durante o set) foram acompanhados de Blasko (ex-titular do baixo de Rob Zombie).
Sabe aquele clichê de "sobrevivente do rock"? Ozzy Osbourne é exatamente isso. A voz pode falhar, e o peso, aumentar. Mas os fãs entendem a importância histórica (e afetiva) e não dão a mínima. Faz parte do rock'n'roll.