Em bate papo exclusivo, as artistas falam de inspirações e cena brasileira
Do rap à nova MPB, Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, revelou alguns dos maiores nomes da música brasileira nos últimos anos. Mas isso é só uma parte - e o local ainda tem muito o que mostrar. Como Paige, 22, uma das integrantes do grupo Fenda, coletivo de mulheres.
Paige lançou pela Macacolab o contagiante single “Vem Ki Vem”. A música é uma mistura do pop, rap e funk ambientada na alegria da laje. É uma colaboração com Kdu dos Anjos, MC, compositor e criador do Lá da Favelinha, centro cultural do Aglomerado da Serra, maior comunidade da cidade.
“Vem Ki Vem,” aliás, é também o começo do potencial que Paige, Kdu e Lá da Favelinha tem pra mostrar. Prova disso é Favelinha em Ação, programa online no qual o MC fala da cultura local: desfiles, música, batalhas e danças.
A união de Paige e Kdu chegou ao programa, e no domingo, 7, o grupo feminino Fenda - inclusive Paige - participará do Favelinha em Ação.
Encerrará o projeto Favelinha em AçãoMarina Sena, outro nome ligado a Kdu e Paige. No dia 21 de março, ela tocará no programa online. A cantora lançou-se recentemente ao top 50 do Spotify com “Me Toca”, um mix de batida bem brasileiro - que lembra do samba, funk ao maracatu.
Em um bate-papo exclusivo para Rolling Stone, Marina Sena e Paige conversam sobre o lançamento de “Vem Ki Vem” e “Me Toca”. Veja:
Marina Sena: Adoro como a sua estética é muito bem direcionada e tá sempre impecável. Me conta quais são suas inspirações de estilo?
Paige: Minhas inspirações de estilo, of course, incluem Beyoncé e Rihanna. Mas, ultimamente, tenho me inspirado muito na Lizzo, muito, muito mesmo. Sempre gostei muito do estilo da Ciara, essa mistura meio sexy, meio street. Basicamente, essas divas, mas também gosto muito da Ariana Grande e da Lady Gaga.
MS: Pelo que eu percebo, você já parece saber muito bem onde quer chegar com seu trabalho. Me conta, onde é?
P: Viver da música é a minha primeira meta. E viver bem, sabe? Ter um lugar legal, uma casa bacana pra minha família, pra mim. Ter condição de viver uma vida com qualidade e poder viver meu sonho mesmo, levar minha música e mostrar minha voz pro mundo.
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MS: Além da parte musical, você também participou da concepção artística do clipe de “Vem Ki Vem”?
P: Participei super. Adoro estar inserida na construção da música, do que acontecer, do clipe, da foto, do conceito, de tudo. Com certeza fiz parte dessa concepção. Cheguei com algumas ideias, aí o Stehling, diretor do clipe, completou com algumas coisas que ia sacando fomos trabalhando nisso em conjunto.
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Queria algo solto, com muita dança, porque queria demais mostrar o Lá da Favelinha. Ele veio com essas outras construções, tipo a pegação dentro do carro e ele ser conversível. Foi somando essas ideias. Eu falei pegação, ele teve essa ideia, falei do carro porque Kdu falava do carro na música, e aí ele conseguiu tirar esse suco.
MS: Se você pudesse escolher uma personagem de novela tudo a ver com “Vem ki Vem”, pra tocar toda vez que ela aparecer na tela, quem seria?
P: Nossa, cara, essa pergunta me fez pensar muito! Salve Jorge tinha vários personagens super soltas na questão de falarem o que acham, de curtirem uma laje. Talvez a Lurdinha ou a Vanúbia, de Salve Jorge. Vejo elas descendo o morro e tocando minha música ou elas na laje, tomando um sol, falando alto. Fiquei na dúvida, mas acho que essas!
MS: Por fim, vai ter mais lançamento esse ano?
P: Com certeza vai ter lançamento! Pretendemos lançar o primeiro disco com a Fenda e talvez outro single pelo ano :)
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Paige: As divas do pop internacional e nacional influenciam a sua música? Se sim, como influenciaram "Me Toca"?
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MS: Sim, muito. “Me toca” é basicamente produto das minhas referências, assim como tudo que eu faço e que todo mundo faz (risos). Não sei explicar bem como aparecem, porque é muito natural imprimir minhas referências no que eu faço, mas tenho certeza que estão lá.
P: Quais são as suas referências de moda que influenciaram o clipe de "Me Toca"?
MS: Vários clipes de divas do pop, de Madonna a Gal Costa. A gente queria que parecesse que eu mesma tava ali curtindo, me vestindo, então ao mesmo tempo tem um ar “desproduzido” nos looks.
P: Qual foi a parte da sua personalidade que ficou mais visível neste trabalho?
MS: Minha forma de seduzir ficou mais evidente, é uma parte importante da minha personalidade: a sedução, mas através da naturalidade.
P: O que você sentiu quando assistiu "Vem Ki Vem"? Acha que dá pra jogar a raba?
MS: Dá muitoooo! Já escutei horrores e dancei horrores dentro de casa.
P: Sabe aquele momento em que você pensa "Caralho! Queria ter escrito isso!"? Com qual música da cena de BH você já sentiu isso?
MS: Acho que "Professora", da Laura Sette, essa música é perfeita demais!
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