FBI investiga caso de golpista que se passou por Lady Gaga para comprar pintura
Emma Webster recebeu selfie da suposta compradora e até o pagamento de US$ 55 mil, mas obra foi parar na casa de leilões Christie’s, em Hong Kong
Redação
O mercado de arte internacional foi surpreendido por um caso de fraude envolvendo o nome da cantora Lady Gaga e a artista norte-americana Emma Webster. Em 2022, Webster acreditou ter vendido sua pintura Happy Valley para a estrela pop, após receber um e-mail supostamente assinado por Stefani Germanotta, nome verdadeiro da cantora e atriz. A negociação parecia legítima, com troca de mensagens detalhadas, selfie da suposta compradora e até o pagamento de US$ 55 mil, aproximadamente R$ 300 mil na cotação atual do dólar.
O contato, que usava um endereço de e-mail relacionado à artista, solicitou discrição e apresentou detalhes pessoais, aumentando a credibilidade da transação. Após o pagamento, a obra foi enviada conforme combinado, e Webster pediu que a pintura não fosse revendida por pelo menos cinco anos, pedido que foi prontamente aceito pelo suposto comprador.
Como a fraude foi descoberta?
Dois anos depois, o caso tomou um novo rumo. O pai de Emma Webster reconheceu a pintura Happy Valley em uma postagem da casa de leilões Christie’s, em Hong Kong. Surpresa, a artista entrou em contato com o empresário de Lady Gaga, que rapidamente confirmou que a cantora não havia adquirido a obra e o e-mail utilizado era falso. Ou seja, Webster havia sido vítima de um golpe.
Ao investigar os documentos da transação, Webster percebeu inconsistências, como o nome de um suposto gerente que não existia e comprovantes de envio que indicavam armazenamento temporário. A obra, então, foi parar na Christie’s por meio de intermediários que alegaram desconhecer a origem fraudulenta da pintura. O caso passou a ser investigado pelo FBI, enquanto Christie’s optou por retirar a obra do leilão até a resolução judicial.
Este episódio evidencia os riscos do mercado de arte diante de golpes cada vez mais elaborados. A valorização das obras de Emma Webster após exposições de destaque tornou a artista um alvo atraente para golpistas. O uso de identidade falsa, comunicação convincente e transferência internacional de obras são estratégias comuns em fraudes desse tipo.
Especialistas recomendam que artistas e colecionadores redobrem a atenção ao negociar obras de alto valor. Verificar a identidade do comprador, utilizar métodos de pagamento seguros e desconfiar de propostas que envolvam celebridades ou grandes descontos são práticas essenciais para evitar prejuízos. O caso de Emma Webster serve como alerta para o setor e reforça a importância da investigação e do acompanhamento de autoridades competentes.
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