Longa que estreia nesta sexta, 27, adapta com perfeição elementos das HQs do grupo de heróis
Tido como um dos mais aguardados longas-metragens de super-heróis dos últimos anos, Os Vingadores não decepcionará nem o fã mais ávido do supergrupo. É, sem dúvida, o melhor filme extraído de uma produtora de HQs desde O Cavaleiro das Trevas (2008), mas foge ao realismo sombrio deste último citado. O diretor Joss Whedon, ao contrário de Christopher Nolan, procurou adaptar Os Vingadores para os cinemas com elementos retirados das próprias histórias da Marvel Comics, mesclando a ação e o drama com doses de humor, algo primordial nas criações de Stan Lee, o mesmo responsável por personagens clássicos como Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e X-Men.
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A trama do filme gira em torno do cubo cósmico, velho conhecido dos quadrinhos, que transformava qualquer desejo de seu detentor em realidade. Aqui, ele se torna uma fonte de energia inesgotável com o nome de Tesseract, que está sob poder da S.H.I.E.L.D., organização liderada por Nick Fury (Samuel L. Jackson) que busca proteger a Terra com o auxílio do objeto. O plano dá errado, quando Lóki (Tom Hiddleston), irmão de Thor (Chris Hemsworth), que estava preso em uma dimensão alternativa, retorna de lá com o auxílio dos alienígenas Chitauri e obtém o cubo para conseguir vingança dos terráqueos e do Deus do Trovão. A partir daí, o longa-metragem engata em breves histórias repletas de ação, que servem para mostrar os elos que são formados entre cada herói antes da formação dos Vingadores.
Os Vingadores deve muito da sua qualidade a dois fatores: o talento de Whedon e do roteirista Zak Penn em saber adaptar histórias clássicas dos quadrinhos para as telas, trazendo um tom de ficção que, com as devidas proporções, reserva elementos do realismo fantástico; o outro é a esperada – e excelente – atuação de Robert Downey Jr., o Homem de Ferro, que em muitos momentos (inclusive o mais importante, no final do filme) sustenta Os Vingadores com humor e ironia, servindo como uma espécie de antítese aos bons modos do Capitão América (Chris Evans). Hulk (Mark Ruffalo), por sua vez, é um personagem muito mais raso e discreto do que o interpretado por Edward Norton no longa-metragem de 2008, o que acaba constituindo o único ponto realmente fraco do filme, algo que é amenizado nos momentos derradeiros do filme com um momento clássico de "Hulk esmaga".
Scarlett Johansson, como a Viúva Negra, serve como o contraponto feminino e sensual ao lado da bela agente Maria Hill, interpretada por Cobie Smulders. O Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) é o personagem mais desinteressante, talvez devido ao contexto em que ele se apresenta na maior parte da fita. Thor, o vingador mais poderoso ao lado de Hulk, se salva do marasmo muito em conta do ótimo vilão que é Lóki, talvez o antagonista mais carismático em um filme do gênero desde o Red Mist de Kick-Ass - Quebrando Tudo, interpretado por Christopher Mintz-Plasse (Superbad - É Hoje).
Por fim, Os Vingadores é um filme tão feito para fãs que muitas das informações contidas ali poderão não significar nada para um expectador leigo. É o caso da já clássica cena exibida após os créditos dos longas-metragens da Marvel Comics que deverá representar a criação de muita expectativa em quem já acompanhou nas HQs o desenrolar de sagas como a do próprio cubo cósmico ou da manopla do infinito.
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