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Festival do Rio 2012: Magic Mike vai além do “guilty pleasure”

Filme de Steven Soderbergh conta com Channing Tatum no papel principal

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 03/10/2012, às 13h37 - Atualizado às 13h50

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Magic Mike - Reprodução
Magic Mike - Reprodução

Os trailers, cartazes e banners de Magic Mike podem passar a impressão de que este será o “guilty pleasure” do ano (aquele filme do qual as pessoas gostam, mas ficam com vergonha de admitir) para as mulheres. Pode até ser, mas os maridos e namorados que forem arrastados ao cinema talvez não sofram tanto, pois, entre tangas, fios-dentais e sungas de elefantinho, Steven Soderbergh consegue contar uma história de amadurecimento que felizmente não se leva muito a sério. Quando a discussão sobre temas sérios domina, porém, o filme perde força.

Channing Tatum (foto) interpreta Mike, um stripper que descobre querer mudar de vida. Em dado momento, ele conhece Adam, um rapaz completamente sem rumo. Em uma atitude praticamente fraternal, Mike traz o garoto ao clube em que trabalha e mostra o lucrativo e perigoso mundo dos strippers, comandando por Dallas (Matthew McConaughey praticamente interpretando ele mesmo).

É curioso pois, caso a situação fosse invertida, fosse em um strip club feminino como tantos outros já utilizados no cinema, provavelmente não se criaria tamanha discussão e estranhamento a respeito do longa. Soderbergh parece perceber isso e constantemente coloca seus personagens em situações supostamente sexies, mas que acabam por levar os espectadores às risadas.

As cenas de striptease propriamente ditas não compõem a maior parte do longa. Quando aparecem, costumam servir a algum propósito da trama, como apresentação dos personagens ou desenvolvimento da narrativa. Soderbergh já demonstrou saber contar uma história e aqui utiliza ao máximo o entrelace entre o áudio e o vídeo, especialmente ao exteriorizar os conflitos internos de seu protagonista.

É de Mike, também, que vem uma das ideias que conduz o longa a alguns erros primários. Interessado na bolsa de valores, o personagem deseja abrir sua própria fábrica de mobília feita em casa. Trabalho artesanal em tempos duros do capitalismo, como o lembra a própria gerente do banco. A situação financeira norte-americana entra em discussão e, encarnando o pior de Oliver Stone, Soderbergh traça comentários irrelevantes sobre a situação, tentando mostrar o efeito do momento econômico no sonhador norte-americano.

Por não se levar muito a sério, Magic Mike consegue algo além do simples “guilty pleasure”. Ele é um filme sobre amizade, juventude, amadurecimento. E, claro, homens sem camisa se esfregando na câmera.

Quarta - 03/10/2012 - Kinoplex Tijuca 4 – 16h30

Quarta - 03/10/2012 - Kinoplex Tijuca 4 – 21h30

Sábado - 06/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 16h30

Sábado - 06/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 21h30