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Festival do Rio 2012: “Por incrível que pareça, o Wu-Tang Clan foi uma grande influência”, diz diretor de Indomável Sonhadora

Benh Zeitlin que faz seu primeiro longa, conta também como se inspirou para escrever a história e dirigiu os atores, totalmente iniciantes

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 05/10/2012, às 18h23 - Atualizado em 06/10/2012, às 10h38

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Benh Zeitlin - AP
Benh Zeitlin - AP

Indomável Sonhadora é um filme de muitos méritos. O maior dele, talvez, seja a força de sua protagonista mirim, a carismática Quvenzhané Wallis. Com apenas alguns segundos de tela, a pequena atriz já monopoliza as atenções e, segundo o cineasta estreante Benh Zeitlin, algo semelhante aconteceu no set. “Acabamos montando a produção ao redor dela“, revela Zeitlin, em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil. “Sabia que ela só conseguiria se concentrar em certos momentos, então tentamos sempre construir a agenda ao redor destes pequenos detalhes.”

Crítica: Indomável Sonhadora é uma delicada fábula sobre amor às origens.

“Queríamos a câmera se movimentando da mesma forma que ela. A vida de uma criança não é estável, ela não fica parada, então foi importante tentar recriar esta sensação com a câmera“, diz, explicando o formato documental do longa, que abusa da famigerada câmera tremida.

Atriz de primeira viagem, Wallis interpreta Hushpuppy, uma garotinha que mora com o pai em uma comunidade chamada A Banheira. Por viverem em uma área considerada de risco, a vida pacata que ambos levam está com os dias contados, pois o Estado pretende remover todos os moradores o mais rápido possível.

“Minha intenção era contar uma história sobre esta cultura no sul da Louisiana, muito forte, destemida e profundamente enraizada, que se nega a abandonar seu local de origem“, diz. “Na verdade, tudo começou como uma fábula inspirada pelo lugar”, conta, “o roteiro original era muito mais fantástico, surreal e até mesmo maluco.”

As ideias mais abstratas desta primeira versão, no entanto, foram aos poucos sendo diluídas por Zeitlin e Lucy Alibar, corroteirista, até chegarem ao formato que vemos nas telas. “Tudo mudou quando eu fui até a bayou e morei lá por algum tempo, começamos a pegar aquelas histórias fantásticas e relacioná-las com pessoas reais, situações reais”, revela.

A busca pela autenticidade acabou levando o diretor ao encontro da sua dupla de protagonistas, ambos sem experiência em atuação. “Nosso critério foi diferente do normal, procurávamos por pessoas que pudessem atuar mas que também fossem seres humanos especiais fora do filme, com certas qualidades da história e do personagem”.

Além de escrever, dirigir e fazer um belo trabalho com seus atores, o norte-americano também foi um dos responsáveis pela trilha sonora do longa. “Dirigir, atuar e fazer a trilha para mim é tudo parte de um grande processo artístico“, conta o diretor, que começou na música tocando guitarra e piano em bandas na adolescência. “Neste caso, a música representa os pensamentos de Hushpuppy, a forma como ela interpreta o mundo”, conta Zeitlin.

“Por incrível que pareça, o Wu-Tang Clan foi uma grande influência para o filme. Ouvia muito Enter the Wu-Tang (36 Chambers) durante as gravações. Algo sobre a ideia de uma tribo renegada, com sua próprias regras, me influenciou bastante”, revela.

Sexta - 05/10/2012 - Est Vivo Gávea 5 – 19h40

Terça - 09/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 16h30

Terça - 09/10/2012 - Kinoplex Leblon 4 – 21h30