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Festival do Rio 2013: diretor faz um entediante ensaio sobre a perda no alemão Sonar

Filme de Athanasios Karanikolas integra programação da Escola de Berlim

Paulo Gadioli, do Rio de Janeiro Publicado em 05/10/2013, às 13h42 - Atualizado às 13h52

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Sonar - Divulgação
Sonar - Divulgação

Os caminhos de Sonar nunca ficam claros. Meio experimento documental, meio ficção, esta interessante obra alemã coloca diversas pessoas numa mesma casa por um motivo que é apenas sugerido, nunca diretamente mencionado: a perda de um amigo em comum. Enquanto uns amavam o falecido, outros o odiavam, mas todos estão reunidos, cada um por seu motivo, e os relacionamentos vão, aos poucos, se abrindo.

A câmera do diretor Athanasios Karanikolas é a mosca na parede, permitindo aos seus atores liberdade total para movimentação de cena e diálogos, causando assim a impressão de muitos deles terem sido improvisados. Em certos momentos, a escolha acaba por dar força ao filme. Mas, na maioria, torna tudo enfadonho, como se algo estivesse sempre por acontecer, mas nunca de fato chegasse a se concretizar.

A duração das cenas também leva a crer que o diretor colocou seus atores na casa e os deixou livres para criar o que quisessem. O momento em que alguns dos amigos tocam uma bizarra canção sem sentido enquanto o resto dança, ao som de tambores e guitarras sem ritmo, prossegue por um grande tempo sem qualquer motivo aparente enquanto a câmera, fixa, não parece ter propósito, apenas filma quem aparece em sua frente.

Assim, o grande mote do filme acaba também por ser sua fraqueza. Um filme não precisa, necessariamente, de começo, meio e fim, a estrutura tradicional. Grandes nomes do cinema moderno, como Antonioni, Bergman e muitos outros fizeram da contemplação de simples acontecimentos um grande evento dramático. A tentativa do novato Athanasios, no entanto, peca pelo exagero e torna-se enfadonha ao longo dos 77 minutos de projeção.

A decisão do cineasta de posicionar sua câmera quase que escondida atrás de objetos, sempre como um observador distante, e intercalar estes momentos com entrevistas diretas, como se a câmera estivesse encarando nos olhos dos protagonistas, comprova a hesitação e falta de foco que ficam evidentes em Sonar.

Confira os horários de Sonar no Festival do Rio:

Sábado, 5/10, às 18h30, no Estação BarraPoint 1

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