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Festival North Sea Jazz Festival, em Curaçao, levou ecletismo musical ao Caribe

Bruno Mars, Janelle Monáe, Joss Stone, Rod Stewart e Chaka Khan foram alguns dos destaques

Paulo Cavalcanti Publicado em 04/09/2014, às 14h37 - Atualizado às 18h20

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Bruno Mars no North Sea Festival - Jacson Vogel
Bruno Mars no North Sea Festival - Jacson Vogel

O North Sea Jazz Festival, que ocorre anualmente na Ilha de Curaçao, no Caribe, brilhou em sua quinta edição. A grande atração foi o popstar Bruno Mars, que cantou na noite de sábado, 30, mas a programação inteira manteve o alto nível e destacou outros grandes nomes, englobando soul, música africana, jazz, pop latino e muito mais.

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Tudo começou no fim da tarde de sexta, 29, no palco Sir Duke, que fica justamente à beira do Caribe. Seun Kuty, filho do lendário Fela Kuti, veio com sua banda Egypt 80 para mostrar uma sensacional mistura de afro-beat e pop africano. Paralelamente, Nile Rodgers e Chic abriam os trabalhos no palco Sam Cooke, que é o principal do evento. Rodgers e a nova (e afiada) versão do Chic que ele mantém na estrada lembraram grandes hits dos tempos da disco music, como “Good Times” e “Le Freak”. O produtor e guitarrista também colocou no repertório canções que ele escreveu para nomes como Madonna, Sister Sledge, Duran Duran e outros.

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No palco Celia, que na verdade é um teatro de boa dimensão, Smokey Robinson veio para representar o som da Motown, gravadora que redefiniu a soul music a partir da década de 1960. Aos 74 anos, ainda em plena forma, o lendário cantor e compositor interpretou “The Tracks of My Tears”, “The Tears of a Clown” e também canções que ele criou para outros artistas da Motown, como “My Girl”, que foi um megahit com The Temptations, em 1965. Enquanto Robinson fazia uma viagem no tempo, muita gente correu para o palco da praia para conferir o soul pop de Joss Stone. A cantora inglesa, deslumbrante como sempre, já entrou com o público na mão ao desfilar hits como “Right to Be Wrong” e “Super Duper Love (Are You Diggin’ on Me)”.

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No palco principal, Rod Stewart também não precisou se esforçar muito para agradar, já que tudo o que ele cantava era muito conhecido. O cantor britânico enfileirou sucesso atrás de sucesso: “Do Ya Think I’m Sexy?”, “Maggie May”, “Sailing”, “You’re in My Heart” e outras. E, é claro, durante “Hot Legs”, o sempre jovial Rod cumpriu o ritual de chutar bolas de futebol para a plateia. Para quem preferia jazz mais tradicional, a opção na sexta-feira foi ver Dianne Reeves em uma concorrida apresentação no palco do teatro. E Maceo Parker, saxofonista dos tempos áureos de James Brown, colocou todo mundo para dançar ao som do autêntico funk no palco Sir Duke. A noite de sábado foi encerrada pelo pop da banda mexicana Maná, que colocou em ação sua fábrica de hits.

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No sábado, 30, o coletivo Sierra Maestra defendeu com garra a tradição da música cubana no palco Sir Duke. No palco Celia, a ênfase foi na música de Nova Orleans, com a presença do venerável Dr. John e sua banda The Nite Trippers. O cantor e pianista deu ao público blues e jazz embebido no sentimento do vodu. Enquanto acontecia uma pausa nos palcos Sir Duke e Celia, o dominicano Juan Luis Guerra ocupou o espaço do palco Sam Cooke com seus hits latinos. Os palcos Sir Duke e Celia voltaram a funcionar com apresentações estilisticamente distintas: no teatro, o veterano cantor norte-americano Boz Scaggs voltou aos anos 1970 e 1980 quando o chamado AOR (Adult Oriented Rock) dominava as FMs - em sua eclética apresentação, naturalmente, ele incluiu o mega hit “Lowdown”; enquanto isto, à beira da praia, Janelle Monáe aperfeiçoava uma frenética mistura de soul, pop e hip-hop, desfilando faixas dos elogiados álbuns The ArchAndroid e The Electric Lady.

Mas, um pouco antes das 23h30, todas as atenções se voltaram para o palco Sam Cooke: era a hora de Bruno Mars se apresentar. O cantor norte-americano, nascido no Havaí, é umas das grandes histórias de sucesso destes últimos anos e não decepcionou o imenso público que disputava espaço para vê-lo: a apresentação de Mars foi agitada, dançante e envolvente, não permitindo muito tempo para pausa ou reflexão. Por cerca de uma hora e meia, Mars transformou a platéia do North Sea Jazz em um grande coral: todo mundo cantou com ele os hits radiofônicos “Just the Way You Are”, “Treasure”, “Moonshine”, etc. Com o término da triunfante apresentação de Mars, tudo parecia anticlimático, mas quem foi ao palco Sir Duke pode conferir o encerramento do evento com a classe e o balanço da lenda da soul music Chaka Khan, que recordou hits como “Tell Me Something Good” e “I’m Every Woman”.

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