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Filhos do rock

26 bandas tocaram em Londrina neste fim de semana; saiba tudo

Por Artur Tavares Publicado em 20/11/2007, às 03h14 - Atualizado em 22/11/2007, às 15h19

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Jimmy, do Matanza, fez a alegria dos metaleiros - Ana Flávia Negro/Divulgação
Jimmy, do Matanza, fez a alegria dos metaleiros - Ana Flávia Negro/Divulgação

Estava muito calor no último dia de Festival Demo Sul. A expectativa para que chovesse era geral entre o público. Seria um momento histórico - reza a lenda que em nenhuma das seis edições a água caiu para refrescar os presentes.

Nesta sétima reunião de bandas independentes, cerca de 3 mil pessoas foram à Chácara Lima.

A terceira noite foi repleta de metal, hard core e punk rock. A invasão das camisetas pretas. No palco, as bandas de Londrina mais uma vez surpreenderam, e não fizeram feio ao lado da atração da noite, os cariocas do Matanza. A banda do mal-encarado Jimmy fechou a noite em grande estilo: em todo o festival, foi a única a fazer jus ao título de banda da noite.

Saiba aqui o que rolou na PRIMEIRA NOITE

Saiba o que rolou na SEGUNDA NOITE

Veja as fotos dos três dias de festival mais abaixo

Com relação à organização e à música, o evento foi satisfatório. Apenas uma banda claramente decepcionou, os Clavadistas, na noite de sábado. Alguns problemas técnicos ainda surgiram no domingo, durante o show do Crazy Horses, primeiro do dia. Não prejudicou o andamento do festival, já que a apresentação estava marcada para as 17h, hora em que o local ainda estava praticamente vazio. Saiba como foi:

Crazy Horses

Crânios de boi estavam no palco desde às 17h, esperando a apresentação do Crazy Horses começar. Um problema nas caixas de som atrasou a única apresentação de psychobilly do festival. A banda entrou desconfortável e tocou apenas 15 minutos, entregando bem as batidas puxadas para o country.

Chernobils

O trio paranaense foi a verdadeira abertura do último dia de Demo Sul, com seu hard core de levada urbana. As guitarras e baixos lembravam o Forgotten Boys, e as letras em inglês cairam bem. O show melhorou quando a banda chamou seu ex-vocalista ao palco. Diogo cantou em português e fez a melhor música do show.

Toa Toa

Uma aura de preocupação pairava sob os cariocas do Toa Toa durante toda a tarde de domingo. O baixista, Marcelo Monte, sofreu um acidente com uma garrafa na ida para Londrina. Chegou à cidade com a camiseta ensanguentada e um curativo na sobrancelha direita. Quando garantiu que ia tocar, os outros integrantes se animaram, e, de brincadeira, fizeram curativos em suas sobrancelhas também. Foi o melhor da apresentação do grupo, que fez um hard core com levada ska, parecido com o de bandas de rádio dos anos 90, como Tropa de Elite e Raimundos.

Vertix

Guitarras e vocal por conta de garotas. A semelhança com o Blondie é clara, mas com sonoridade diferente. A velocidade das músicas era um desafio para a vocalista Letícia, grávida de seis meses. A cantora não se intimidou, e mostrou uma voz potente, que combinou perfeitamente com o baixo e a bateria da banda. O Vertix ainda tocou uma versão punk da calma "Walk on the Wild Side", do cantor Lou Reed. O público ficou de boca aberta.

Revoult

A primeira banda de heavy metal da noite começou a apresentação com o som abafado pelo volume da guitarra. O instrumento estava potente, e bem tocado, mas não ouvir com clareza o vocalista incomodou. Quando o som foi acertado, houve tempo para a banda mostrar uma bateria densa, que abusou dos pratos. O Revoult ainda chegou a soar como Metallica, mas a presença de palco, os vocais e as letras deixavam claro o estilo mais progressivo de metal.

Fisicopatas

Mais uma banda da casa, o Fisicopatas mistura vocal ao estilo do death metal com uma levada punk rock. Os físicos (e um químico) animaram o público, que fez roda de dança, deu mosh e delirou quando o vocalista derramou cerveja em sua cabeça e depois a atingiu com o microfone. A dupla de baixo e guitarra ainda fez coro ao estilo do punk californiano, completando uma das melhores apresentações de todos os "pés vermelhos" que tocaram no Demo Sul.

Bang Bang Babies

Enquanto o Bang Bang Babies começava sua apresentação, uma garota na platéia escreveu no chão a palavra "Help" (ajude). Ficou claro que aquela seria uma apresentação difícil. O show foi curto, o que colaborou para adiantar em uma hora o encerramento do festival. A banda pareceu intimidada pela apresentação do Fisicopatas, e não deu seu melhor nas canções ao estilo Ramones. O baixista, de óculos escuros, fez muita pose e se esqueceu de tocar. Só o baterista conseguiu firmar para o público o som cru do grupo.

Hocus Pocus

Um rosto conhecido do público do Demo Sul entrou no palco. A baixista Sara havia tocado na noite anterior com o Terra Celta, que misturou música tradicional com trash pop oitentista. Com o Hocus Pocus, a missão da garota era outra, mostrar que também se dava bem fazendo hard rock. Com outros quatro integrantes, a banda estava entrosada. O show foi pesado, e o público, agitado, foi presenteado pela chuva bem no encerramento da apresentação. Foi o clima perfeito para a ótima apresentação, completamente influenciada pelo rock dos anos 70.

Matanza

A última banda da edição 2007 do Demo Sul encheu de fãs a Chácara Lima. A tenda eletrônica, a área de banheiros e o bar ficaram vazios. A maré de camisas pretas ainda estava debaixo da tenda que cobria boa parte da frente do palco quando o show começou, mas não demorou para que uma onda de headbangers se aproximassem da banda, que usou e abusou da clara influência de Motorhead. O vocalista, Jimmy, deu uma aula de entretenimento. Balançou a longa cabeleira, urrou, e ainda conversou com o público. Sua grossa voz entoava frases de classe, como "Quero que vocês se fodam". A platéia respondeu com muita dança, palmas e alguns moshs do palco.