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Fishbone funciona bem ao vivo

Apesar de alguns problemas no som, banda animou o público paulistano com mistura de reggae, funk, soul e rock

Por José Norberto Flesch Publicado em 26/07/2010, às 12h31

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O show do Fishbone, na noite de domingo, 25, em São Paulo, no Carioca Club, foi, na verdade, a principal atração de um festival dos anos 1990. Mickey Junkies e Yo-Ho-Delic praticamente ressurgiram com essa oportunidade de aquecer a plateia para os gringos. Pena que havia pouca gente para vê-los. Com a casa quase às moscas, por volta das 20h, o MJ tocou por cerca de 30 minutos com som bom. A situação não mudou quando entrou o Yo-Ho-Delic. A qualidade do som destoou da maior parte dos eventos do gênero. Normalmente as bandas nacionais tocam em condições técnicas bem abaixo do headliner. Anjo dos Becos, o terceiro nome da noite, ainda teve a vantagem de levantar o público. A performance do vocalista Pirata e a inclusão de "Até Quando Esperar", da Plebe Rude, em versão skacore, ajudaram nisso.

Se até ali o palco do Carioca já havia recebido o psychometal do Mickey Junkies, o funk metal do Yo-Ho-Delic e a mistura de ska, punk e pop do Anjo, o Fishbone, veterano, mas que teve seu auge no começo dos anos 1990, chegou diminuindo o ritmo, mas colocando mais lenha na fogueira.

A banda californiana começou o show às 22h10 com um set de reggae, um dos gêneros pelos quais a trupe transita. Ao vivo, a formação de septeto facilita para que vez ou outra o vocalista e saxofonista Angelo Moore se jogue no público enquanto a cozinha segura a onda. A festa começou quando Moore cantava "Everyday Sunshine" e, vendo a animação da audiência, desceu até a pista. A falta de empurra-empurra e muito espaço no Carioca permitiram até a interação entre os fãs e o cantor.

A partir daí, Moore gostou da brincadeira e passou a se atirar toda hora no meio do público, que só lotava a parte mais próxima do palco. Teve momentos em que até dois integrantes do Fishbone foram carregados por fãs ao mesmo tempo, depois de darem o mosh. Enquanto isso, o público reagia a cada canção dançando e pulando, com pico de animação durante o sucesso "Ma and Pa".

Apesar da boa resposta da plateia, a noite teve uma "regra" quebrada. Ao contrário das bandas nacionais, o som do Fishbone não se mostrou tão adequado. O grave por vezes surgiu exagerado. Isso incomodou bastante, mas não comprometeu tanto a performance. A mistura de reggae, funk, soul e rock que o Fishbone promove funcionou bem até o final, quando, duas horas depois, no bis, a banda terminou o set list em clima de heavy metal. A despedida foi no velho esquema "cada músico faz seu solo e sai". Nada mal como cartão de visitas para a primeira passagem do Fishbone pelo Brasil.