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Flashback: Ramones toca “The KKK Took My Baby Away” em 1981

Diferentemente do folclore que foi criado em cima disso, a música não foi inspirada por Johnny saindo com a namorada de Joey

Andy Greene Publicado em 08/11/2015, às 12h18 - Atualizado às 12h19

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<b>IT’S ALIVE</b> Sem o Ramones, Joey só teve lançamentos póstumos - PAUL BERGEN/REDFERNS/GETTY IMAGES
<b>IT’S ALIVE</b> Sem o Ramones, Joey só teve lançamentos póstumos - PAUL BERGEN/REDFERNS/GETTY IMAGES

Em 1981, estava muito claro que os Ramones nunca ficariam maiores do que eram. Eles estavam fazendo shows incansavelmente desde a formação, em 1974, e gravaram seis vastamente aclamados álbuns, mas eles nunca tiveram uma música que passasse da posição 66 nas paradas norte-americanas e ainda eram forçados a ir de um show para outro em uma van.

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O movimento punk que eles ajudaram a fomentar nos anos 1970 já havia se dissipado quase completamente. Os sobreviventes, como o britânico The Clash, estavam fazendo experimentações, com novos sons mais arrojados, influenciados pelo hip-hop, funk e reggae. Os Ramones também estavam dispostos a fazer concessões, ainda que nada perto daquele nível.

O disco deles de 1980, End of the Century, foi produzido por Phil Spector e, no ano seguinte, eles trabalharam com Graham Gouldman, do 10cc, em Pleasant Dreams. Ambos os produtores empurraram os Ramones de leve para perto de uma sonoridade um pouco mais palpável para plateias mais convencionais, ainda que não ao ponto de eles terem canções em alta rotação nas rádios.

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Eles foram para a Europa em outubro de 1981 para promover Pleasant Dreams. Naquela época, “Arthur Theme (Best That You Can Do)”, de Christopher Cross, era a faixa mais tocada no país, seguida por “Endless Love”, por Diana Ross e Lionel Richie. Os Ramones estavam divulgando um novo single, “The KKK Took My Baby Away”, o mais distante possível das sonoridades redondas de Christopher Cross.

Abaixo, assista à banda tocando o single na televisão sueca, em outubro de 1981.

Seguindo o folclore acerca dos Ramones, Joey escreveu a música depois que Johnny ficou a namorada dele, Linda, com quem se casou posteriormente. De acordo com Michael Leigh, irmão de Joey, a inspiração verdadeira para a faixa foi a antiga namorada de Joey, Wilna, uma norte-americana negra com quem ele saiu no começo dos anos 1970, antes das objeções dos pais os separarem.

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A melodia básica da música já estava criada havia algum tempo (inspirada por “He’s a Whore”, do Cheap Trick) e a faixa estava completamente finalizada na época em que Joey terminou com Linda. Ainda, quando Joey cantava a letra na turnê, depois da separação, era difícil não pensar que os versos estavam mirando diretamente em Johnny.

A música fica ranqueada entre os melhores trabalhos dos Ramones, mas o single teve muito pouco impacto na imagem do grupo, cuja relevância comercial só diminuiu dali em diante. Eles estiveram juntos por mais 15 anos (e até tiveram um pequeno hit com “Pet Cemetery”), mas Joey e Johnny se tornaram amargos inimigos naquela época e eles mal se falavam mesmo quando eram os únicos dois membros originais da banda.

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Quando Joey morreu em decorrência de um linfoma, em 2001, Johnny não foi ao funeral. “Eu estava na Califórnia”, ele disse. “Eu não iria viajar até Nova York, mas eu não iria de todo jeito. Não gostaria que ele fosse ao meu funeral e não gostaria que ele fizesse contato se eu estivesse morrendo. Gostaria de ver apenas meus amigos. Deixe-me morrer e me deixe sozinho.”