O vocalista do Matanza trabalhou no elogiado Por Terra, Céu e Mar
Jimmy London, vocalista do Matanza, em adição aos 20 anos de carreira com a banda, também atua como produtor artístico. Um dos trabalhos mais relevantes dele foi o celebrado Traz a Pessoa Amada em 3 Dias (2013), da banda Canastra, em que foi produtor ao lado de Gabriel Thomaz, do Autoramas.
Em 2016, London se encarregou de produzir o debute do grupo de irish-punk RATS (sigla para Riot Aboard the Ship). Por Terra, Céu e Mar foi financiado por crowdfunding e chegou a arrecadar mais do que o necessário na campanha. E não decepcionou aqueles que investiram no trabalho: o disco até chegou a ser citado como um dos melhores do ano em algumas listas. “Sem querer puxar a sardinha para meu lado e sendo completamente humilde, não fiquei surpreso”, diz London.
Segundo o produtor, trabalhar com a banda integrada por Kito Vilela (voz e guitarra), Fernando Oliveira (banjo e bandolim), Bruno Pavio (baixo), Fernando Gajo (acordeão) e Pedro “Falcon” Ricaid foi uma verdadeira aliança em prol da música. “O produtor varia entre criador de bom clima e capataz, então óbvio que às vezes rola um xingamento entre os dentes. Ainda mais no meio desse bando de pirata. Mas o importante é que os caras confiaram em mim. Quando eu falei ‘deixa que eu sei o que estou fazendo’, eles deixaram”, o músico explica.
Jimmy London produz há mais de uma década, mas não se diz “produtor tão profissional a ponto de encarar uma estrada longa com algo que não me deixe entusiasmado”. Sabendo valorizar os discos que escolhe para fazer, ele diz que raramente não gosta do resultado. “Acho que esse foi o disco mais cheio de possibilidades que já fiz, por causa dos instrumentos e do arranjos ricos, além das variações possíveis de timbres”, ele diz. “Creio que trabalhei mais vetando ideias não tão boas e variações sobre o mesmo tema do que efetivamente gravando.”
Por Terra, Céu e Mar foi lançado pela Crasso Records, uma gravadora que, segundo London, “faz muito pelas bandas independentes”. Nessa cena, ele ainda afirma que é necessário que as bandas tenham a oportunidade de gravar o material delas com qualidade, o que acaba revertendo em bons resultados. Sobre a estreia do RATS, ele conclui: “As músicas são muito boas e o disco foi feito com muito cuidado. Minha participação é mínima perto dessas coisas, de verdade”.