O cineasta argentino falou sobre ideias para o próximo longa-metragem durante participação no Festival de Cinema do Cairo
O cineasta argentino Gaspar Noé — conhecido por produções como Clímax (2018), Irreversível (2002) e Viagem Alucinante (2009) — participou de uma masterclass no Festival de Cinema do Cairo e falou à Variety sobre alguns temas que gostaria de trabalhar em suas próximas produções.
“Os principais gêneros de filmes que realmente me interessariam para um projeto futuro são documentário, filme de guerra e terror. Provavelmente eu deveria até tentar misturar esses três gêneros. Eu também gostaria de fazer um filme com crianças pequenas, ou um filme para crianças,” comentou o diretor.
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Noé disse que "crianças são como pequenos adultos. Quando somos crianças, corremos perigo. Você está exposto a tudo. Sou muito apegado a crianças na vida, embora não tenha filhos. O relacionamento que você tem com crianças é direto e brincalhão. Eu gostaria de fazer um filme com crianças pequenas. Elas se relacionam com a fragilidade, se relacionam com os perigos aos quais estão expostas.”
O argentino falou sobre uma grande influência de seus filmes: sua mãe, que, como assistente social, fez com que o filho sempre tivesse um olhar para pessoas menos favorecidas. Foi com ela também que ele aprendeu a ver os mais diversos tipos de filmes desde a infância.
“Fui ver um filme de [Rainer Werner] Fassbinder quando tinha 10 anos com ela na cinemateca em Buenos Aires. Eu não sabia o que eram lésbicas e estava assistindo a filmes sobre elas.”
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“Eu me lembro da luta de esqueletos de Jasão e os Argonautas (1963) quando eu tinha quatro anos e 2001: uma Odisseia no Espaço (1968) quando eu tinha seis. Eu nem sabia o que era um bebê. Perguntei o que era aquela coisa grande no final do filme.”, disse o cineasta que destacou Viagem Alucinante como “meu filme de Kubrick.”
Durante a entrevista, Noé, conhecido pelos filmes chocantes, disse que não se arrepende de seus trabalhos anteriores. “Felizmente, não me arrependo de meus filmes anteriores. Mas eu tinha alguns projetos em mente anos atrás que me empolgam menos hoje em dia. É melhor começar uma produção cinematográfica enquanto o assunto te empolga. Algumas ideias de filmes podem parar de te interessar conforme o mundo e sua própria vida evoluem, e novas ideias de repente parecem mais fortes.”
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