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Gilberto Gil revela ter entendido o racismo na adolescência: ‘Idade quase adulta’

Atualmente, o cantor tem 78 anos

Redação Publicado em 06/08/2020, às 09h48

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Gilberto Gil (Foto: Fernanda Tiné)
Gilberto Gil (Foto: Fernanda Tiné)

Em outra pauta na edição mais recente edição do Conversa com Bial, na última quinta, 5, Gilberto Gil revela ter entendido o racismo na adolescência, depois de entrar em uma escola de elite com poucos alunos negros. O cantor e Pedro Bial falaram sobre diversos assuntos, como vida, morte e também o presidente Jair Bolsonaro.

"Eu só fui perceber essas questões muito depois, na adolescência, na idade quase adulta", revelou o cantor. "Foi no ginásio quando começou um pouco, pois meus pais me mandaram para um colégio da elite onde o número de negros era muito pequeno; de 400 alunos, tinham dez negros na melhor das hipóteses".

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Gilberto Gil continuou a história de quando morou em Ituaçu, Bahia: "Então, ali as questões do racismo, da discriminação e do deslocamento social que aquele grupo étnico sofria começaram a surgir".

Além disso, Gil falou que a família dele não chegou a sentir preconceito na cidade contra ele ou a família. "Eu não sentia nenhuma diferença. Meu pai era uma figura proeminente na cidade, um doutor muito querido, e minha mãe era professora na escola municipal, então não havia espaço para percepção da diferença", comentou. "O racismo e a discriminação não eram exercidos em relação a minha família".

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O cantor falou que Jorge Ben Jor foi uma das maiores influências para ele ter consciência de questões raciais naquele período: "Jorge era uma afirmação clara da grandeza do negro com aquele seu canto expressivo, sua poesia, seu versejar e a beleza que trazia aos temas negros de ser".

"Após isso, toda a questão histórica, a escravidão, as dificuldades raciais, o racismo e o preconceito, todas essas coisas ficaram evidentes para mim", concluiu o raciocínio.


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