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Google encerra censura na China

Empresa decide acabar com a censura no sistema de buscas após ofensiva virtual em dezembro; decisão pode levar ao fechamento dos escritórios no país

Da redação Publicado em 13/01/2010, às 15h44

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O Google declarou que não vai mais censurar os resultados na filial chinesa do portal de buscas, o que poderá levar ao fechamento dos escritórios da empresa no país. O ato seria represália a um ataque contra os servidores do Google em meados de dezembro.

No que chamou de "uma decisão dura", tomada pela matriz, nos Estados Unidos, a empresa decretou o fim da censura nas pesquisas feitas por cidadãos chineses no mecanismo de busca. "Não estamos mais dispostos a continuar censurando nossos resultados no Google.cn", lê-se no post intitulado "nova abordagem para a China", publicado no blog oficial da companhia.

O serviço foi inaugurado em 2006, com a promessa de obedecer a certas premissas do governo local - as autoridades de Pequim exigem, por exemplo, o veto a pesquisas relacionadas a repressões policiais, movimento pró-independência do Tibete e liberdade de expressão. De certa forma, para boa parte da nova geração, é como se o massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989, nunca tivesse ocorrido.

Em seu blog, a empresa explica sua postura contra a ofensiva virtual de dezembro. Para o Google, "logo tornou-se claro" que o que antes parecia ser um incidente isolado - um "ataque altamente sofisticado e específico contra nossa infraestrutura corporativa" - era na verdade "algo bem diferente".

Após investigações, o Google concluiu que, além dele, pelo menos outras 20 empresas de vários setores (internet, finanças, tecnologia, mídia e química) foram alvo da investida virtual. Contas de Gmail também estiveram sob artilharia cibernética - muitas delas eram de ativistas chineses de direitos humanos -, mas apenas duas foram invadidas.

Outras dúzias de contas do Gmail, também de ativistas (de origens chinesa, europeia e norte-americana), estavam sendo acessadas regularmente há mais tempo. O Google, no entanto, especificou que essa invasão de privacidade não teve a ver com falha de segurança do serviço, e sim obtenção de nomes de usuário e senha por outros esquemas.