Apesar dos alertas em relação à eficácia e segurança da vacina indicana Covaxin, negociação do governo federal foi concluída em 97 dias
Telegramas diplomáticos enviados à CPI da Covid pelo Itamaraty mostram a rapidez da negociação do governo Bolsonaro para aquisição da Covaxin, vacina indiana. Apesar de receber diversos alertas em relação à eficácia e segurança do imunizante, o governo brasileiro fechou a compra em 97 dias.
Segundo o O Globo, a diferença entre a demora de negociação ente as vacinas é considerável. Enquanto a Pfizer demorou 330 dias, a Conaxin foi 97, mesmo com ressalvas quanto a qualidade e valor do imunizante. Uma nota informativa do Ministério da Saúde apontou que nenhuma outra negociação do governo Bolsonaro demorou menos de 100 dias.
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Com valor de R$ 80,70 por dose, a Covaxin foi a vacina mais cara adquirida pelo Brasil, custando quatro vezes o valor da AstraZenica. A CPI da Covid investiga o lucro da Precisa, fabricante no Brasil e alvo de inquéritos do Ministério Público, que fechou um contrato de R$ 1,6 bilhão pelo imunizante.
O governo brasileiro adquiriu 20 milhões de doses da Covaxin, mas a Anvisa ainda não liberou a aplicação do imunizante no país. Assim, as doses compradas não foram enviadas por enquanto.
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Apesar de Bolsonaro citar a vacina indiana como uma das "escolhidas" pelo Brasil, o governo federal recebeu diversos alertas quanto ao preço e eficácia do imunizante, visto que a autoridade sanitária da Índia aprovou a Covaxin sem a finalização dos testes.
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