Segundo depoimento de Fabio Wajngarten, o laboratório enviou carta a Bolsonaro em setembro de 2020, mas só teve resposta em novembro
Nesta quarta, 12, durante depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI da Covid), o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten afirmou que o governo federal demorou dois meses para responder proposta da Pfizer para a compra de vacinas. As informações são da Folha.
Segundo Waingarten, no dia 12 de setembro de 2020, a Pfizer enviou carta com proposta a Jair Bolsonaro (sem partido), ao gabinete do presidente, ao ministro da Economia Paulo Guedes e a Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde.
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No documento, a Pfizer alertava sobre a importância da rapidez da resposta: "A potencial vacina da Pfizer/Biontech é uma opção muito promissora para ajudar o seu governo a mitigar essa pandemia. Quero fazer todos os esforços possíveis para que doses de nossa futura vacina sejam reservadas para a população brasileira. Porém, celeridade é crucial devido à alta demanda de outros países e ao número limitado de doses".
Contudo, o laboratório não teve resposta até 9 de novembro, dia no qual Waingarten respondeu à carta e marcou uma reunião com Carlos Murillo, então presidente da Pfizer. Apesar de avisar Bolsonaro sobre o encontro, realizado em 17 de novembro de 2020, o presidente não participou.
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O ex-secretário também afirmou que, nas discussões sobre as vacinas, a Pfizer não ofereceu 70 milhões de doses: "As propostas da Pfizer falavam no começo da conversa em irrisórias 500 mil doses".
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