Halle Berry sobre ser a única mulher negra a vencer Oscar de Melhor Atriz: 'O sistema não é feito para nós'

Atriz conhecida por filmes como A Estranha Perfeita (2007), Mulher-Gato (2004), 007 - Um Novo Dia Para Morrer (2002) e X-Men - O Filme (2000), Halle Berry chegou a vencer o Oscar de Melhor Atriz pelo trabalho em A Última Ceia (2001) - e foi a única mulher negra a conseguir esse feito em 97 edições. Agora, ela refletiu sobre esse fato e denunciou racismo na indústria.

Vale lembrar como ela interpretou Leticia Musgrove em A Última Ceia, que ainda contou com nomes como Billy Bob Thornton (Hank Grotowski), Heath Ledger (Sonny Grotowski), Milo Addica (Tommy Roulaine), Coronji Calhoun (Tyrell Musgrove), Will Rokos (Warden Velesco) e Peter Boyle (Buck Grotowski) no elenco.

"Letícia é uma mulher negra que perde o marido, um assassino condenado à morte. Hank é um policial racista que perde o filho por suicídio. Um trágico acidente une essas almas sofridas em um improvável relacionamento, mas um segredo pode destruir tudo", diz a sinopse do longa dirigido por Marc Forster.

Em depoimento em Artistas Negros Conquistam Hollywood, documentário do Apple TV+ que ainda destaca 13 mulheres negras indicadas ao prêmio desde a vitória de Berry, a atriz desabafou sobre o que aconteceu desde o sucesso no prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

"Isso me forçou a me perguntar, isso importa? Isso realmente mudou alguma coisa para as mulheres de cor? Para minhas irmãs? Para nossa jornada?", afirmou (via The Hollywood Reporter). "Alguns anos atrás, eu estava na mesa com Andra Day, e eu estava do outro lado da sala com Viola Davis, e ambas foram indicadas por atuações estelares [Day por Estados Unidos vs. Billie Holiday e Davis por A Voz Suprema do Blues], e eu tinha 100% de certeza de que este era o ano em que uma delas ganharia este prêmio [mas perderam para Frances McDormand, de Nomadland]. Por razões igualmente diferentes e bonitas, ambas mereciam, e eu tinha certeza".

O sistema não foi realmente projetado para nós, então temos que parar de cobiçar o que não é para nós. Porque no final do dia, é ‘como tocamos a vida das pessoas?’ e é fundamentalmente para isso que serve a arte.

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