Artista causou na apresentação, que começou meia hora mais cedo e, ainda, teve um discurso sobre como ela odeia ouvir seu próprio hit tocando nas rádios
Uma semana e um dia depois do sucesso estrondoso da apresentação de Harry Styles em São Paulo, o Espaço das Américas recebeu a norte-americana Halsey, mas, dessa vez, com a casa não tão cheia: os ingressos não se esgotaram, como aconteceu com os bilhetes para a performance do integrante do One Direction. Pelo contrário, na véspera havia promoção para a venda de lugares. A dificuldade em comercializar as entradas foi um provável resultado mais do momento econômico do país (e do fato de que os ingressos custavam até R$ 520) do que um reflexo da popularidade da moça. Halsey e Lauren Jauregui, do Fifth Harmony, que foi responsável pelo show de abertura, mostraram que estava tudo certo, mesmo sem lotar o local. Elas deram tudo de si.
A apresentação rápida que antecedeu a principal atração da noite foi o primeiro show da carreira solo de Lauren, que cantou três músicas autorais: “Toy”, “Inside” e “Expectations”. Algumas faixas que nasceram de parcerias também apareceram, como “In Your Phone”, feita com o rapper Ty Dolla Sign, “Back To Me”, com a cantora Marian Hill, e também “All Night”, feita com o DJ Steve Aoki. Os fãs, que se mostraram bastante emocionados, não pareceram se importar com o possível fim do Fifth Harmony ou com a duração curta da apresentação de Lauren.
Na contramão do que estamos acostumados, Halsey subiu ao palco com 30 minutos de antecedência. Esta é a segunda vez que ela vem ao Brasil, sendo que a primeira foi em 2016, no Lollapalooza. Dessa vez, ela trouxe a turnê do segundo disco de estúdio, Hopeless Fountain Kingdom. O figurino escolhido pareceu aludir a uma Britney Spears mais jovem, mas, ao mesmo tempo, as outras características do show a distanciavam dessa ideia: diferente das divas pop, Halsey manteve a performance sozinha, ou seja, sem cenários, trocas de roupa, vários bailarinos e pirotecnia. Ela não precisa de nada disso. Durante todo o tempo, a norte-americana dominou o palco, dançou, cantou, conversou com o público e, principalmente, deixou claro que estava se divertido.
O único elemento "extra" foi um convite para que Lauren retornasse ao palco para cantar com ela "Strangers". "Se você está com sua bandeira LGBT, quero que você a levante para que eu possa vê-la", pediu a anfitriã durante a canção. "Strangers" foi composta pelas duas e elas a definem como uma "declaração de amor aos LGBT+". Halsey, que em várias entrevistas contou que é bissexual, atualmente namora o rapper G-Eazy, com quem fez a música "Him&I".
Em um momento mais intimista, ela chegou a se sentar na ponta do palco para cantar, acompanhada de um piano e violão, a hiperpopular "Closer", uma parceria com o duo The Chainsmokers. Nessa hora, Halsey deixou o bom humor correr solto e não teve medo de polêmica: disse que não aguentava mais escutar essa música em todos os cantos. "Tocou muito nas rádios, já ficou irritante. Eu entro em um restaurante, começa a tocar e alguém comenta: 'Odeio essa música!'. Eu falo: 'Err... eu também'", brincou."Porém, é incrível saber que essa é a canção que faz parte da vida de muita gente. Era ela que estava tocando quando casais se casaram e quando uma pessoa conheceu o amor da vida dela. Muito obrigada por isso!"
O show ainda teve "Bad at Love", "Sorry" e "Gasoline". Ao final, ficou claro que o público conhecia todo o repertório, não apenas os sucesso, e vibrava a cada acorde que iniciava uma nova faixa. Antes de começar "Is There Somewhere", a cantora ofereceu a noite e a canção aos fãs: "Se estou aqui, é por vocês", depois desceu para a pista, deixando todos os presentes desesperados para encostar nela.
A turnê segue para o Rio de Janeiro nesta quinta, 7, e, segundo a própria cantora, ela com certeza voltará ao Brasil. O show terminou por volta das 23h, com "Hurricane" fechando a noite com chuva de papel picado, fãs emocionados e um uníssono de "Halsey, eu te amo".