Rolling Stone Brasil inaugura coluna semanal, sempre às sextas-feiras, para tratar dos principais lançamentos da música, nacional e internacional, e de cultura pop
Bem-vindos à HOTLIST. Por anos, uma das seções mais lidas da edição impressa da Rolling Stone Brasil está de volta, agora na nova versão digital. Se antes, a HOTLIST era mensal, com os principais lançamentos de música, nacional e internacional, e de cultura pop, agora é semanal. Todas as sextas-feiras, teremos uma coluna fresquinha para vocês, com aquela curadoria que só a RS Brasil é capaz de fazer.
A estreia (ou seria reestreia) da HOTLIST traz o retorno de Morrissey àquilo que ele faz de melhor, que é música - já que, em se tratando do resto, Moz tem sido uma decepção constante. Também destacamos mais um clipe de Clarice Falcão, a chegada da trilha sonora do filme Rocketman, que recriará a auge e a queda de Elton John, o relançamento de Paêbirú, conhecido como o vinil mais caro do Brasil, entre outros.
Portanto, já anotem nas suas agendas. Toda a sexta-feira, estaremos por aqui. E, como já dito acima, bem-vindos!
Morrissey, quando decide se entregar à música, pode ser um gênio. Com California Son, o 12º álbum da carreira de Moz depois de ser o líder do incrível The Smiths, o músico inglês mostra pouco mais da metade do seu potencial.
Porque Moz não é só gogó, como está mostrado em California Son. O inglês de língua afiada e uma posição política pra lá de questionável é um dos principais letristas da segunda metade do século passado, capaz de transformar em versos as mais afiadas angústias de corações sofredores.
Com California Son, produzido por Joe Chiccarelli, contudo, ele dedica-se a cantar canções que lhe foram importantes ao longo da vida. Faz, por exemplo, um cover de "Only a Pawn in Their Game", em outra música, "Wedding Bell Blues", tem a participação de Billie Joe Armstrong, do Green Day.
É um trabalho erguido com base no afeto, decorado pela voz sempre retumbante e característica de Morrissey, mas a ausência dos versos mais pessoais do inglês o torna opaco e sem força.
De qualquer forma, é Morrissey. Preferimos ele cantando do que fazendo qualquer outra coisa. (Pedro Antunes)
Para ouvir o disco todo, clique aqui.
O segundo single do novo disco de Clarice Falcão ganhou as redes na última quinta-feira, 23. Com o nome de "Mal Pra Saúde", a canção entrega sons sintéticos (com synths e programações criadas por Lucas de Paiva) para falar do que é de mais humano: a desilusão amorosa.
"Já quebrei a cara na sua porta e desde então visivelmente a minha cara nunca mais foi a mesma", diz Falcão, com a voz transformada, quase como um robô, o que cria uma reflexão: as máquina também têm coração?
"Mal Pra Saúde" sucede a música "Minha Cabeça". Ambas integram Tem Conserto, o novo álbum de Clarice Falcão, disco que chegará às plataformas digitais no dia 14 de junho. (P.A.)
O ator Taron Egerton, responsável por viver Elton John nos cinemas no filme Rocketman, é a estrela do disco com a trilha sonora do filme. É ele quem canta clássicos do músico inglês nas 22 músicas do álbum.
Rocketman, cuja estreia no Brasil está prevista para o dia 30 de maio, reconta ascensão e queda de Elton John durante os anos 1970. A trilha, lançada uma semana antes, serve como aperitivo, com músicas como "Your Song", "Goodbye Yellow Brick Road", "Tiny Dancer", entre outros.
O destaque fica com "(I’m Gonna) Love Me Again", uma canção inédita criada para o filme cantada em dueto por Egerton e o próprio Elton John. (P.A.)
Lulu Santos disse, ao falar sobre o seu relacionamento com Clebson Teixeira, era também um ato político. Agora, é um ato artístico também.
O maior hitmaker do País, Lulu soltou nesta sexta-feira, 24, o álbum Pra Sempre, um disco no qual ele narra o passo a passo dessa relação. O resultado, é claro, é mais um saboroso mergulho na identidade pop de Lulu. (P.A.)
Apeles é o projeto solo de Eduardo Praça, ex-integrante do Quarto Negro, que está de volta com o primeiro single do seu segundo disco. Crux, sucessor de Rio do Tempo (2017), será lançado em 6 de agosto, e "A Alegria dos Dias Dorme no Calor dos Teus Braços" já dá uma boa ideia do que está por vir: aquela melancolia esmagadora, mas revigorante, que os fãs esperam a cada novo anúncio de lançamento do músico.
Na nova faixa, Praça esbanja sem medo sua característica sonora mais intensa: a sensibilidade que seduz o ouvinte a mergulhar em águas tenebrosas, como um sussurro que te convida a entrar em um cômodo mal iluminado e frio no qual acontece uma festa em homenagem a introspecção. Quem acompanha a carreira do compositor com certeza já tinha expectativas altas, mas sem dúvidas "A Alegria dos Dias Dorme no Calor dos Teus Braços" conseguiu elevá-las ainda mais. (Igor Brunaldi)
Para quem coleciona discos em vinil, Paêbirú, de Zé Ramalho e Lula Côrtes, é um mito. A prensagem original de 1,3 mil unidades de 1974 se perdeu quase inteira na época, por conta de uma inundação. Restaram 300 cópias, disputadas à tapa, principalmente porque o álbum tornou-se aclamado pela crítica. O valor unitário do álbum flutuava de acordo com o mercado de colecionadores e chegou a custar R$ 4 mil.
A Polysom acabou de relançar o álbum histórico, em vinil de 180 gramas, com o áudio remasterizado a partir das fitas originais realizado por Hélio Rozenblit, que gravou o disco à época.
O preço também é bem mais em conta, R$ 249.
Thiago Pethit se rasga e se despedaça em "Me Destrói", clipe da música do disco Mal dos Trópicos (Queda e Ascensão de Orfeu da Consolação), lançado em março de 2019. Dono de uma narrativa deliciosa e entregue, Pethit trata destruição deu amor como poucos em "Me Destrói": "Você não vai voltar a ser 'meu bem'", canta ele, em certo trecho da canção.
O vídeo dirigido por Filipe Matzembacher e Marcio Reolon incorpora o desespero da canção, da euforia ao caos, como costumam ser as relações amorosas obsessivas. Os arranjos de cordas criam o clipe de suspense noir, enquanto Pethit se espreme e se esvazia de amor, até o coração se transformar em um fiapo sem vida e sem sangue.
Um dos mais importantes grupos do movimento conhecido como Vanguarda Paulistana, underground e irreverente, a obra lançada pela banda Premê ganha uma homenagem bonita com o pacote deluxe impecável por meio do Selo Sesc com o simpático nome de Caixinha do Premê.
Com o valor de R$ 100 e já disponíveis nas principais lojas do País, o box de CDs inclui Premeditando o Breque, Quase Lindo, O Melhor dos Iguais, Grande Coisa, Alegria dos Homens, Vivo e Como Vencer na Vida fazendo Música Estranha - o último traz músicas conhecidas do público, mas nunca registradas em um disco -, mais um livreto de 96 páginas deliciosamente detalhadas.
Histórica, a Premê talvez não tenha recebido a atenção devida ao longo da história. Não era a praia deles, talvez, mas a homenagem é justa. E coloca uma das mais interessantes bandas da história da música brasileira, com 40 anos de carreira, em destaque mais uma vez.
Dica: Os shows de lançamento da Caixinha do Premê serão realizados nos dias 31 de maio 1º de junho, sexta e sábado, no teatro do Sesc Pompeia. (P.A.)
O incessante Leo Gandelman segue com o seu projeto de unir rap e o jazz, numa linguagem da música brasileira contemporânea. Cada semana, ele lança um EP do Hip Hop Machine. Nomes como Baco Exu do Blues, Karol Conka, 3030, BK, entre outros, são alguns que já se juntaram a Gandelman.
Primeiro episódio lançado foi protagonizado por Haikaiss, o segundo foi estrelado por BK'. Agora é a vez do grupo 1Kilo. (P.A.)
Ouça o EP completo na sua plataforma de streaming favorita aqui
Incansavel, inquieta, impactante. Dona Onete completa 80 anos em 2019 e também lança um novo álbum. Rebujo chega às plataformas digitais nesta sexta-feira, 24, com o auxílio do edital da Natura Musical.
Rebujo é uma pancada, é carimbó, é bolero. É de uma intensidade de cair o queixo, experimental e popular na medida certa e, com isso, Onete escreve mais um capítulo de uma importante história da música brasileira, com a produção de Pio Lobato.
Ouça o EP completo na sua plataforma de streaming favorita aqui.
Clássico da música indie paulistana, o grupo Pin Ups já anunciou que havia chegado ao fim. Quatro anos depois, eles estão de volta. Coisas da vida, das vontades, da efervescência que, por vezes, insiste em voltar.
Assim, a banda lançou "Spinning" (com exclusividade no site Trabalho Sujo, por meio do selo Midsummer Madness), uma música que tem o sabor do Pin Ups que já ouvimos, mas também tem é um gosto ainda inédito - temperado por um delicioso caldo de power pop inglês dos anos 1990.
No próximo dia 15 de junho, o grupo lança um novo disco, chamado Long Time No See, cujo título já indica o que podemos esperar: um reencontro com velhos amigos.
Sessa atiça e entrega. Se bebeu da fonte do disco Os Afro-Sambas, clássico de Baden Powell e Vinicius de Moraes, ele também se distancia da referência escancarada para encontrar uma linguagem muito própria, de um artista que fez um interessante caminho pelo indie, no Brasil e nos Estados Unidos.
Sim, seu dedilhar se assemelha ao álbum de 1966, os vocais femininos também derivam da fonte, mas a poesia de Sessa é única e tem grandeza. Ele soma seus versos às referências que vão além da bossa, encostam na pureza melancólica da voz do artista.
O single "Dez Total (Filhos de Gandhy)" nasceu com o impacto sentido por Sessa ao assistir um ensaio do grupo Filhos de Gandhy, como o nome já indica. O álbum de Sessa, a estreia dele, se chama Grandeza, e será lançado em 4 de junho. (P.A.)
Uma dica para quem estiver em São Paulo durante o fim de semana, nos dias 25 e 26 de maio, é dar um pulo no Centro Cultural São Paulo, o CCSP, próximo à estação Vergueiro do Metrô, para a segunda edição do Comic Ink.
Sábado, 25, será celebrado o Dia do Orgulho Nerd e, no CCSP, o Comic Ink vai reunir a A Mostra de Arte Comic e o Flash Day Comic Ink. Neste segundo, 50 tatuadores estarão realizando tatuagens com o valor inicial de R$ 200.
Notícias que estariam na HOTLIST da semana passada se na semana passada existisse a HOTLIST
Quase dois anos depois do lançamento de Flower Boy, Tyler retorna com um disco refinado e excepcional. Em IGOR, seu sexto álbum solo, o rapper apresenta 12 faixas inéditas que desafiam, com transições inusitadas e pontes estranhamente harmoniosas, a estrutura de uma música pop tradicional. No novo trabalho, ele deixa clara sua evolução constante como produtor, criando uma narrativa sonora cativante e que transborda criatividade, inovação e singularidade.
IGOR é uma orquestra colorida de sons sintéticos, cordas e versos sobre todas as emoções que habitam dentro do espectro que envolve se apaixonar de forma intensa e, aos poucos, depois de usar todos os feitiços possíveis, perceber que está na hora de deixar esse amor para trás pois já não é mais recíproco. Com a ajuda de Solange Knowles, slowthai, Playboi Carti, Lil Uzi Vert e Kanye West, Tyler, The Creator produziu seu disco que mais se afasta do rap, mas que com certeza será lembrado como um dos mais impactantes de sua discografia. (I.B.)
O cineasta norte-americano Mike Mills, de Mulheres do Século 20, enviou um e-mail despretensioso à banda The National com um pedido de colaborar com a realização de um videoclipe para alguma das músicas do álbum Sleep Well Beast, de 2017. Recebeu, de volta, um pedido para criar algo maior, para um novo trabalho que o grupo estava criando.
Assim nasceu I Am Easy To Find, o disco e o curta-metragem de mesmo nome. No segundo, Mills narra a vida de uma jovem, do nascimento à velhice, estrelado pela vencedora do Oscar Alicia Vikander.
Já o The National direciona sua melancolia para um ambiente sonoro mais profundo, com beats, quinteto de cordas e participações de vozes femininas como Lisa Hannigan, Sharon Van Etten, Mina Tindle, Gail Ann Dorsey e Kate Stables.
Ao mesmo tempo, o vocalista Matt Berninger se torna capaz de fazer seu vocal barítono uma espécie de voz da nossa consciência, com a celebração de memórias boas, outras nem tanto. (P.A.)