A coluna semanal com os lançamentos mais quentes da música brasileira, escolhidos pela Rolling Stone Brasil
Redação | Curadoria: Camilla Millan (@camillamillan), Isabela Guiduci (@isabelaguiduci), Julia Harumi Morita (@the_harumi) e Yolanda Reis (@_ysreis) Publicado em 28/03/2021, às 10h00
Apesar de todas as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19, a indústria da música se mantém firme com lançamentos quentíssimos a cada semana.
Nos últimos sete dias, Metá Metá, Drik Barbosa, Psirico e RDD iniciaram ou deram continuidade à projetos musicais, enquanto O Grilo e Jadsa nos presentearam com discos de estreia brilhantes.
Fernando Motta e Thiago Elniño são outros artistas que colocaram novos álbuns no mundo. Além dos nomes mencionados, Urias, Arthur Melo, Sugar Kane, Aiace, Lucas Vasconcellos, Stella Folks, Catha, Cris Romagna, Will Tevs lançaram singles e clipes que você não pode perder.
Confira a HOTLIST #48:
Urias trocou os beats eletrônicos e imponentes por um R&B sentimental em "Foi Mal", single disponibilizado nas plataformas digitais na última segunda, 22.
Em um tom mais confessional, Urias abre o coração e canta sobre o término de um relacionamento, o qual não resistiu à falta de reciprocidade dela. A canção foi escrita pela artista em parceria com Maffalda, Zebu, Gorky, Number Teddie, Hodari e Turbotito.
Como "Racha", outro single lançado durante a quarentena, "Foi Mal" ganhou um clipe em preto e branco com uma fotografia deslumbrante. Dirigido por Vinícius Cardoso, o vídeo retrata a separação de um casal rodeado por flashes de câmeras. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
Depois de lançar o single "Tridimensional", que apareceu na edição #42 da HOTLIST, Fernando Motta lançou nas plataformas digitais o disco Ensaio Pra Destruir na última terça, 23.
Formado por 11 faixas, o álbum é inspirado pela necessidade de rupturas e explora o processo de reflexão sobre nós mesmos e os espaços que ocupamos ao som de um shoegaze, ora inflamado com guitarras ruidosas, ora desacelerado com melodias suaves.
Produzido por Vitor Brauer, o álbum conta com a participação especial de Apeles, Mafius e João Viegas (Raça e Ombu). "Paranormal", "Contraditória 2" e "Oslo 31" são faixas que você não pode deixar de ouvir! [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
"Queria poder esquecer tudo que fiz ontem e lembrar do que esqueci, assim, o hoje seria novidade. Extasiado. Mas abro o olho. Desvairado, vejo o mesmo. Meu corpo já não me cabe e as sequências são as mesmas: o abafamento do ar, a falta do ser, a ansiedade de repetir o que já fiz. Mas assim falando, já me perdi outra vez. Mas só me perdendo vou ver o rosto da angústia e pedir licença."
Essas palavras são murmuradas pelo cantor e compositor mineiro Arthur Melo no início do clipe "De Lá Pra Cá / Trafegar", que foi lançado na última terça, 23, no canal oficial do músico no Youtube.
Dirigido por Felipe Vignoli e Ieda Lagos, o vídeo mistura imagens de monótonas em preto e branco com cenas coloridas em tom carnavalesco para ilustrar os versos angustiados da faixa, que faz parte do terceiro disco do músico, Adeus (2020). [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
Arte que acolhe, fala de luta e de afeto. Correnteza, terceiro disco de Thiago Elniño, é a representação certeira da música tratada com cuidado, enquanto poesia. Lançado na terça, 23 de março, o álbum se conecta com a ancestralidade, fé e propõe a união dos pretos para vencerem a batalha contra o racismo.
Mistura de rap, samba-rock, afrobeat, música de terreiro e mais, as 11 faixas do disco se complementam em uma unidade necessária - e brasileira. Seja falando sobre afeto e fé em “Bodoque” ou nas palavras de como o mundo enxerga o homem preto em “Dia de Saida”, parceria com Zé Manoel, fica evidente o cuidado com as palavras e o encontro de sonoridades.
Em Correnteza, Elniño que também é pedagogo, canta sobre a necessidade de ser perseverante e de exercer a comunicação, principalmente no momento atual: “Nesse momento, o que não cabe é rap superficial/ E o que me cabe são ataques que condenem a estrutura/ Comunicar de forma simples o ancestral/ Eu faço rap artesanal, trato letras como esculturas.”
Com parcerias de Mingo Silva, Zé Manoel, Daiana Damião, Luciane Dom, Sant e Caio Prado, o disco é um daqueles lançamentos essenciais cuja escuta é feita de peito aberto. Ainda não ouviu o trabalho de Thiago Elniño? Já passou da hora de conhecer (e de admirar) a música atenta e afetiva do rapper. [Texto: Camilla Millan | @camillamillan]
Na última quarta, 24, o Metá Metá deu início ao projeto Oritá Metá, apresentado pelo Ministério do Turismo e Governo do Estado de São Paulo, e pela Secretaria Especial da Cultura e Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Com a proposta de mostrar as semelhanças e diferenças entre os trabalhos do Metá Metá e os lançamentos solos de Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (violão e guitarra) e Thiago França (saxofone), Oritá Metácontará com seis performances disponibilizadas no Youtube nas quartas-feiras dos meses de março e abril de 2021.
A banda indicada ao Grammy Latino abriu o projeto com a apresentação intimista e vibrante da canções do disco Rastilho e a faixa "Habitual", ambos lançamentos solo de Dinucci, filmados no teatro Centro da Terra. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
A banda paulistana O Grilo lançou nesta sexta, 26, o disco de estreia: Você Não Sabe de Nada, pelo selo Rockambole. Durante as 13 músicas, o grupo explora a variedade da música brasileira - flertando com o forró em “Guitarrada.” puxando uma vibe Raul Seixas sambista em “Contramão,” colocando uma orquestra em “VNSDN” - mas sempre com elementos mais clássicos do rock, com muita guitarra e bateria. (A mistura sonora é a marca da banda, que embora estreie com o disco, já tem EPs e alguns aninhos de carreira).
O Grilo explora, nas faixas, uma das maiores súplicas dos 20 e poucos anos: entender que, realmente, você não sabe de nada - nada da vida, nada de nada. As músicas viajam por relacionamentos, Carnavais passados, foras, tristezas, amores. Coisas da vida.
Para ilustrar, a banda usa Lauro, um cartoon protagonista de várias tiras (uma para cada single) - juntas, montam o disco. As tiras foram reunidas em um livro, também Você Não Sabe de Nada, completo com cifras, fotos da banda, e textos sobre as faixas. [Texto: Yolanda Reis | @_ysreis]
Ouvir a música de Jadsa é uma experiência. Toca os ouvidos e ressoa pelo corpo. Te leva para o rock, te puxa pro reggae, te embala no samba e te envolve neste território musical brilhantemente indefinido.
Na última sexta, 26, a artista lançou nas plataformas digitais Olho de Vidro, o primeiro disco da carreira. Com referências à Gal Costa, Tulipa Ruiz, Ava Rocha, ÀTTØØXXÁ, Luiza Lian e, claro, Itamar Assumpção, Jadsa apresenta um repertório construído ao longo dos últimos seis anos.
Lançado pelo selo Balaclava Records, Olho de Vidro conta com a produção musical de João Meirelles (BaianaSystem) e a participação de Ana Frango Elétrico, Kiko Dinucci, Luiza Lian, Josyara e Raíssa Lopes, além de Aline Falcão (teclado), Filipe Massumi (violoncelo), Sérgio Machado (bateria), Caio Terra (baixo), Bianca Predieri (bateria), Filipe Castro (percussão), Marcelle e Marina Melo (voz).
A arte desobstruída de Jadsa se desdobra em 14 faixas, as quais comprovam a potência da cantora, compositora, guitarrista e diretora musical baiana. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
“Seu Abraço” é a segunda parte de um projeto de protestos de Drik Barbosa. Dentro do Laboratório Fantasma, e ao lado de outros músicos negros, o objetivo de NÓS é trazer uma reflexão sobre o lugar da pessoa negra do mundo: fala “do autocuidado, da ancestralidade, do afeto, do diálogo.” Serão lançadas várias músicas com feats, além de um podcast.
Ao lado de Psirico, a rapper apresentou nesta sexta, 26, a faixa e o clipe para “Seu Abraço”. No vídeo, um casal de homens negros expõe a intimidade adorável: café da manhã, danças no meio da sala, um banho antes de dormir. A música é um rap lovesong sobre a rotina e a paixão - de pegar o ônibus lotado a deitar ao lado de alguém e não acreditar na própria sorte.
“A escolha de um amor masculino afrocentrado para ser símbolo de resistência e transformação não foi em vão,” enfatizou Drik em nota à imprensa. “Homens negros são animalizados, estereotipados e sofrem com estigmas associados a nossos corpos na sociedade. Não à toa, são os que mais cometem suicídio e ocupam o maior índice entre a população carcerária no nosso país. É importante evidenciar a potência negra masculina através do afeto.” [Texto: Yolanda Reis | @_ysreis]
Na última sexta, 26, a banda de rock e hardcore Sugar Kane lançou nas plataformas digitais "A Casa", o primeiro single do próximo disco da banda, Novidade Média, previsto para o dia 25 de junho de 2021.
Lançada pela Forever Vacation Records e Flecha Discos, a faixa retrata nossa percepção de tempo por meio do espaço e suas histórias. Não deixem de conferir o clipe da música, dirigido por Denis Carrion e Giovanna Zambianchi, em que os músicos tocam juntos e revisitam memórias dentro de uma casa aparentemente vazia. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
O amor como instrumento de transformação é a premissa que move "Amarelocura", novo single da cantora Aiace, o qual foi disponibilizado nas plataformas digitais na última sexta, 26.
Composta por Lucas Pitangueira e produzida por Paulo Mutti, a música mistura beats eletrônicos sutis e sons acústicos, que são acompanhados pelos vocais suaves de Aiace. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]
Lucas é daqueles artistas brasileiros que sabe o que faz. No currículo, tocou com Legião Urbana a Letrux (várias outras que não começam com “L”, também). Então, não é surpresa nenhuma encontrar música brasileira gostosa na voz e violão dele. Os projetos solo são deleite, e o quarto disco dele, Teoria da Terra Plena está perto (deve ser lançado em abril deste ano).
Da Terra Plana aos céus, Lucas lançou dois singles para o disco: “Eu Vou Sequestrar Você” (saiu na sexta, 26) e “O Contorno das Nuvens.” As faixas indicam um disco bastante MPB nos maiores sentidos das palavras. Primeiro, as músicas, cheias de violão e voz forte bem cantada.
Depois, pelas letras recheadas de sensações táteis e cenários imaginados. Trechos calmos e aflitos criam imagens na cabeça: “trocamos de pele / sobrevivemos ao eclipse / mesmo sem saber o que era / não nos interessou na hora / estava melhor dentro d’água / quente, reminiscente / sente minha mão na sua” (em “O Contorno das Nuvens”); “Vou sequestrar você / Desejar você / Até o centro da Terra escutar / Até os cristais brotarem do chão.” A riqueza lírica típica da música brasileira - e sempre a ser apreciada. [Yolanda Reis | @_ysreis]
Cansaço, raiva e desesperança… Esses são os sentimentos compartilhados por muitos diante do começo de um segundo ano de pandemia. Contudo, a banda Stella Folks transformou o esgotamento em música - e das boas. Na última sexta, 26, a banda de Florianópolis lançou o single “Fundo do Poço”, em parceria com o tecladista Diego Stecanela (Outros Bárbaros), para desabafar sobre a situação atual.
O single acompanha o estilo indie rock da banda, e é o primeiro de uma série de quatro hits pandêmicos que formarão um EP. Além da melodia explosiva e dançante, “Fundo do Poço” mostra a capacidade da arte em transformar angústia em reflexão - algo necessário nos tempos em que estamos vivendo.
Se você ainda não conhece Stella Folks, é melhor ficar de olho, que muita coisa boa ainda deve vir por aí: [Texto: Camilla Millan | @camillamillan]
“Sobre Mim (Talvez) Sobre Você” é a faixa de estreia da carreira da cantora carioca de 19 anos, Catha. Lançada na última sexta, 26 de março, a música autoral mostra a potência da jovem artista.
Na lírica, Catha traz referências da música popular brasileira ao citar parte da letra de “A Mais Pedida”, do Raimundos, e do pop estadunidense ao brincar com a lírica de “thank, u next” da Ariana Grande.
Não é à toa que a cantora é a nova aposta da Warner Music Brasil. Com um pop dançante, combinado à voz encantadora de Catha, “Sobre Mim (Talvez) Sobre Você” é uma música completamente envolvente. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci]
Cris Romagna lançou o sensível, maduro e sereno single “Deságua” na última sexta, 26 de março. A canção faz parte do EP de inéditas Cadê Você, previsto para ser lançado ainda neste semestre.
Como o título sugere, a lírica é uma poesia sobre desaguar com uma sincera reflexão sobre fluxo. A voz doce do cantor e compositor conduz o ouvinte por um passeio intimista em um arranjo orgânico-contemporâneo. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci]
Na última sexta, 26, Wills Tevs lançou o novo single, “Choque de Realidade”, que integra o disco Espasmonumental, previsto para 2021. A faixa tem produção de Gustavo Arruda, da Plutão Já Foi Planeta, e de Rodrigo Cunha, e distribuição da Agulha Produções.
Acompanhado da cantora Anna Cezar, da banda Eyppi, Wills convida para uma autorreflexão. Em uma sonoridade que passeia pelo pop e indie, o músico quer provocar um ‘choque de realidade’ no ouvinte: “Tenho pena de você que não assume sua identidade”, canta. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci]
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