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12 Horas, estreia de Heitor Dhalia em Hollywood, tem roteiro fraco e previsível

Filme protagonizado por Amanda Seyfried chega aos cinemas no Brasil nesta sexta, 13

Stella Rodrigues Publicado em 13/04/2012, às 14h03 - Atualizado em 14/04/2012, às 17h17

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Amanda Seyfried em cena de <i>12 Horas</i>. - Divulgação
Amanda Seyfried em cena de <i>12 Horas</i>. - Divulgação

A primeira coisa que se deve dizer sobre 12 Horas é que visualmente o filme tem toda uma exuberância que casa direitinho com o clima dark e dramático da história. E a segunda é que, quando se começa destacando a fotografia de uma produção, isso não costuma dizer coisas muito boas sobre a história em si. Enquanto o diretor de fotografia (Michael Grady) e o diretor brasileiro Heitor Dhalia, em sua estreia hollywoodiana, acertaram ao transcrever para a tela todo o desespero da protagonista na escolha de cores, com os takes em matas fechadas e o clima sempre cinzento e chuvoso, o roteiro, em si, é repleto de escorregões e lembra um romance policial dos mais fracos ou um thriller feito para a TV, daqueles que costumam ser exibidos à tarde, entre uma novela velha e um seriado teen vazio.

Em entrevista para a Rolling Stone Brasil, Heitor Dhalia falou sobre a experiência de fazer seu primeiro filme em Hollywood, sem poder mexer no roteiro e trabalhando sob as ordens dos produtores, assista aqui.

A trama gira em torno de Jill (Amanda Seyfried). Anos antes, ela foi sequestrada por um serial killer e foi a única garota que conseguiu escapar dele. À época, tentou alertar a polícia, mas o criminoso conseguiu apagar todos os traços de suas atividades, o que fez com que ela fosse tida como louca e, posteriormente, internada em um sanatório. No presente, ela mora com a irmã Molly (Emily Wickersham), que simplesmente desaparece uma noite. Tudo a leva a crer que o assassino está de volta. O problema é que novamente a polícia vê Jill como a maluca que tem delírios conspiratórios, de forma que ela passa a investigar o sumiço da irmã sozinha, ao mesmo tempo em que foge da polícia, que pretende interná-la de novo. A construção da história, claro, tenta fazer o espectador ficar na dúvida se Jill é uma coitada que tem que lutar contra tudo e todos para salvar a vida da irmã ou uma lunática completa. Mas no fim, quando você mais espera ser surpreendido, acaba tudo sendo meio previsível.

O que pega na trama é que o trabalho de “investigação” dela é risível. Em mais de uma ocasião, a primeira pessoa com quem ela tromba na rua é a solução para todos os seus problemas. Não só todos que cruzam seu caminho sabem dar a informação que ela pede, como ainda a ajudam a ir mais longe para encontrar o que precisa. Assim não há credibilidade que resista em um filme de mistério.

Da TV para 12 Horas

O elenco, curiosamente, tem diversos rostos conhecidos não do cinema, mas da TV. A própria protagonista Amanda Seyfried já teve grandes papeis em longas – entre eles Mamma Mia!, Garota Infernal e os vindouros Lovelace e Les Misérables -, mas foi descoberta na TV, em Veronica Mars (série que, apesar de ser voltada para o público adolescente, trazia processos de investigação mais interessantes e um pouco mais plausíveis). Daniel Sunjata (o enfermeiro Eli, de Grey’s Anatomy), Jennifer Carpenter (a Debra, de Dexter), Katherine Moennig (a Shane, de The L Word), Joel David Moore (Colin, de Bones) e Ted Rooney (Morey, de Gilmore Girls) são alguns dos rostos reconhecíveis das telinhas.