Quarto ano da série chega ao fim com viradas na trama contada nos livros Crônicas de Gelo e Fogo
Atenção: o texto abaixo contém spoilers sobre o final da quarta temporada de Game of Thrones
A noite de domingo, 15, exibiu o final da quarta temporada de Game of Thrones, série da HBO baseada nos livros de George R.R. Martin. E, mesmo que este quarto e mais recente ano do seriado tenha seguido por caminhos diferentes daqueles descritos nas linhas das publicações, o final atou alguns nós soltos e ainda trouxe a trama de volta para os eixos.
Peter Dinklage, de Game of Thrones, está na capa da edição de junho da Rolling Stone Brasil.
Em entrevista ao site da Entertainment Weekly, Martin comentou o episódio final e, principalmente, as ações tomadas pelo personagem preferido dos fãs, Tyrion, interpretado por Peter Dinklage.
Nos últimos minutos do episódio, Tyrion escapa da prisão graças ao irmão dele, Jaime. Mas, ao invés de se dirigir à saída, vai para os aposentos do pai dele, Tywin Lannister (Charles Dance) e lá encontra a antiga-amante-e-prostituta Shae (Sibel Kekilli). “Eu não acho que ele está pensando em algo naquele momento”, diz Martin. “Ele tinha perdido tudo, ele será contrabandeado para algum lugar seguro, mas o que ele vai fazer depois disso? Ele perdeu a posição como integrante da família Lannister, na corte e perdeu todo o ouro que ele tinha – o que o manteve pela vida toda.”
O criador diz que o anão está “tão machucado que quer fazer isso com as outras pessoas.” Para ele, Tyrion não planejava matar o pai – pelo menos não até encontrar Shae deitada na cama que era dele, nua. “Algumas vezes, as pessoas são tão pressionadas que elas perdem os limites. Acho que Tyrion chegou a esse ponto. Ele passou por tudo, encarou a morte tantas as vezes e ele se vê traído por alguém que ele tentava cuidar [Shae] e por quem ele sempre tentou ganhar a aprovação [Tywin].
Martin ainda foi questionado sobre o fato de ter “matado” dois vilões importantes para os livros – e para o seriado – neste segunda metade do terceiro livro (que foi transformada em quarta temporada), o rei Joffrey e Tywin. “O processo de escrita para mim vem de uma parte diferente do cérebro, que não é a racional. Eu não sei se acredito nessas coisas de lado direito e esquerdo do cérebro, mas eu não sento na cadeira e tomo uma decisão como se fosse assim: ‘Sim, eu preciso decidir algo aqui, algo ali’. Eu coloco meus personagens e a história em ação e eles me levam aos lugares. Eu admito que, as vezes, eles me levam a um caminho sem saída e preciso voltar e mudar’. Mas, às vezes, eles me levam a lugares poderosos.”