Rieli Franciscato, 56, era reconhecido como um dos maiores defensores dos povos indígenas isolados
Um indigenista e especialista em tribos isoladas da Amazônia foi morto por uma flecha ao se aproximar de um grupo indígena isolado na região de Seringueiras, Rondônia. Rieli Franciscato, 56 anos, era coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e reconhecido como um dos maiores defensores dos povos indígenas isolados.
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Na quarta, 9 de setembro, ao se aproximar de um grupo indígena até então isolado, Rieli Franciscato foi atingido por uma flecha acima do coração na floresta em Seringueiras, no estado de Rondônia, oeste do Brasil, perto da fronteira com a Bolívia.
“Ele gritou, tirou a flecha do peito, correu 50 metros e desabou, sem vida”, contou um policial que acompanhava a expedição. As informações são do The Guardian.
Kanindé, Associação de Defesa Etnoambiental que luta ao lado dos povos indígenas da Amazônia e que Franciscato ajudou a fundar na década de 1990, explicou que o grupo indígena não tinha como distinguir entre amigos ou inimigos do mundo exterior.
Os povos indígenas no Brasil estão sob crescente ameaça de invasões por grileiros ilegais, madeireiros e garimpeiros encorajados pelas políticas do presidente Jair Bolsonaro, que quer reduzir o tamanho das reservas indígenas.
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“Estamos nos sentindo perplexos com tantas mortes neste Brasil que não respeita mais os direitos indígenas”, disse Ivaneide Cardozo, amiga de Franciscato e cofundadora da associação Kanindé.
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