Condenada a dois anos de prisão, Nadejda Tolokonnikova continua disparando contra o governo russo
Da prisão onde cumpre pena de dois anos de reclusão, Nadejda Tolokonnikova, integrante do Pussy Riot, voltou a se pronunciar contra o presidente Vladmir Putin. A líder do grupo russo de punk rock que entrou em atrito com o governo do país disse à revista alemã Der Spiegel: “Amo a Rússia, mas odeio Putin”. As informações são da agência AFP.
Carta assinada por celebridades em apoio ao Pussy Riot é levada à Rússia.
Nadejda, de 30 anos, recebeu as perguntas levadas por um dos seus advogados e respondeu tudo por escrito. Entre suas respostas, a moça ressaltou que a ideia por trás da banda e dos protestos é criar “uma revolução na Rússia”.
Em agosto, ela e duas outras integrantes do Pussy Riot (Yekaterina Samutsevich, de 30 anos, Maria Alejina, de 24) foram condenadas a dois anos de reclusão sob as acusações de vandalismo e incitação ao ódio religioso. No início do ano, a banda se apresentou na catedral Cristo Salvador, em Moscou, e fez uma “oração punk” pedindo que a Virgem Maria tirasse Putin do poder.
“Não me arrependo de nada”, ela afirmou. “No fim das contas, acho que o julgamento contra nós era importante, pois mostrou o verdadeiro rosto do sistema Putin.”
Ela ainda falou que “o sistema Putin (...) não pertence ao século XXI, lembra muito as sociedades primitivas ou os regimes ditatoriais do passado”. Ao ser questionada pela reportagem sobre a prisão, ela disse que “é uma mistura de quartel com hospital”, e disse ainda que passa o tempo livre lendo livros que vão da Bíblia a obras do filósofo esloveno e marxista Slavoj Zizek.
Por fim, Nadejda declarou que se mantém lutando para que a “filha [de 4 anos] cresça em um país livre”.