Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina foram interrogadas depois de roubo em hotel
Duas integrantes do Pussy Riot recentemente libertadas da prisão foram brevemente detidas em uma cidade próxima à cidade onde ocorrem as Olimpíadas na terça-feira, 11, mas soltas no mesmo dia. Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina estavam em um grupo, que incluía outra integrante anônima do Pussy Riot, detido para interrogatório sobre um roubo ocorrido no hotel em que estavam hospedados, de acordo com a The Associated Press. A polícia não abriu processo contra nenhum deles.
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“No momento da prisão, não estávamos fazendo nada, estávamos andando em Sochi”, escreveu Nadezhda no Twitter. “Estamos em Sochi com o objetivo de fazer uma apresentação de protesto do Pussy Riot. A música se chama ‘Putin Will Teach You to Love the Motherland [Putin vai te ensinar a amar sua terra natal]. ’”
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Na terça-feira, 11, as duas mulheres estavam andando pela rua com jornalistas quando dez policiais sem uniforme as abordaram, de acordo com o site da revista The Hollywood Reporter. Um advogado que representou a dupla disse que a polícia não especificou se elas eram testemunhas ou suspeitas. “Ela são sabem de nada do que está acontecendo”, disse ele à AP.
Nadezhda afirmou que a polícia usou “força” durante a detenção, que ocorreu em um porto 32 quilômetros ao norte de Sochi. A Rússia delimitou que os protestos aconteçam em uma área chamada Khosta entre as cidades de Adler e Sochi; Nadezhda e Maria estavam hospedadas no Hotel Adler. Nadezhda também disse que ela e a colega ficaram detidas por dez horas no domingo, 16.
Nadezhda e Maria passaram quase dois anos presas por vandalismo, mas foram soltas em dezembro. Desde então, elas têm aparecido em talk-shows para falar sobre a reforma do sistema carcerário e participaram do concerto em prol dos direitos humanos da Anistia Internacional para falar sobre a “consciência dos prisioneiros”.
Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, um oficial da prisão onde Nadezhda cumpriu sua sentença está processando a ativista por difamação. Yuri Kupriyanov afirmou que a afirmação de Nadezhda que “o oficial controlava a prisão” era caluniosa e está exigindo 500 mil rublos (aproximadamente R$ 33 mil). A audiência está marcada para 2 de abril .