“Nós apenas pensamos: “Uau! Significa que podemos continuar fazendo isso?”, disse o guitarrista Albert Hammond Jr.
Em 2001, quando lançou o disco Is This It, primeiro da carreira, o Strokes emplacou alguns hits – entre eles, “Last Nite” e “Someday” – e foi taxado como uma das bandas responsáveis pela mudança no rock da época. Albert Hammond Jr., guitarrista do grupo, entretanto, afirma que eles não sentiram “que faziam parte de uma mudança e que isso traria de volta boas bandas de guitarra”.
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A afirmação foi feita em depoimento ao jornal inglês The Guardian, que recorda os bastidores do lançamento do clássico álbum. “Lembro-me dele [Julian Casablancas, vocalista] chegar com ‘The Modern Age’”, conta Hammond Jr. “Ele estava tipo ‘São [os acordes] D e G. É mais ou menos assim, mas você está fazendo o acorde de um jeito errado’.”
“Demorei para pegar, mas foi mágico”, acrescenta. “Ao fim da noite, tínhamos a canção. Desde o primeiro momento, eu sabia que teríamos sucesso. Julian e eu gravamos em uma fita no apartamento ‘Alone Together’ e ‘Soma’. Quando a tocamos no carro, as canções soaram muito boas.”
Hammond Jr. também se lembra do primeiro show da banda, entre 1998 e 1999, comentando que estava “muito nervoso” e foi “assistir ao filme Os Picaretas”, de Eddie Murphy, com esperanças de que aquilo o acalmasse. “O show deve ter sido terrível. É hilário que estávamos nervosos em tocar para seis pessoas, todas elas conhecidas por nós.”
“Notei que as coisas começaram a acontecer em um show no Luna Lounge, em Manhattan”, continua o guitarrista. “Éramos a banda do meio. Estava nevando e houve uma discussão acerca do horário em que subiríamos ao palco. Estávamos chateados, então fizemos um show monstruoso, tocando ‘The Modern Age’ e ‘Last Nite’ pela primeira vez.”
Hammond Jr. recorda que todos os amigos deles foram embora assim que acabou o show do Strokes e “a banda principal foi deixada tocando sozinha em um salão vazio”.
“Ainda que ouvíssemos Velvet Underground, Beatles e Guided By Voices, não nos sentíamos como parte de uma onda de mudanças que traria de volta as boas bandas de guitarra”, disse ainda o guitarrista.
Ele encerrou: “Quando tudo explodiu para nós, pensamos: “Uau! Isso significa que podemos continuar fazendo isso?”.