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Invasão da capital

No 2º dia do Demo Sul, Móveis Coloniais de Acaju faz melhor show

Por Artur Tavares Publicado em 18/11/2007, às 17h30 - Atualizado em 19/11/2007, às 09h12

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O rock pesado do Los Porongas deu energia para o público - Ana Flávia Negro/Divulgação
O rock pesado do Los Porongas deu energia para o público - Ana Flávia Negro/Divulgação

No segundo dia de festival Demo Sul, boas surpresas subiram ao palco, dividido por elas com bandas mais experientes do circuito independente, como Ludov, Móveis Coloniais de Acaju e Los Porongas. Os paranaenses do Terra Celta fizeram um dos melhores shows da noite, misturando músicas bretãs com trash pop dos anos 80. A primeira atração da noite, a Liga Protestante, cancelou a apresentação.

Foi neste sábado, 17, que aconteceu o primeiro show realmente decepcionante do Festival. Foi a única banda do exterior, o Clavadistas, da Argentina. A tenda eletrônica, por outro lado, acolheu com muita animação aqueles que vinham descontentes do palco principal. Na discotecagem, clássicos como "Groove is in the Heart" apareceram ao lado das atuais "Every Day I Love You Less and Less", do Kaiser Chiefs, "Intergalatic", dos Beastie Boys e "Banquet", do Bloc Party. A pista foi comandada por Cirilo, do zine Urbanaque.

Veja fotos do segundo dia de Demo Sul clicando aqui. Confira as impressões dos shows:

Terra Celta

Pontualmente às 20h35, horário que o festival estava marcado para começar devido ao show cancelado da Liga Protestante, o Terra Celta começou a tocar. A banda ganhou com o atraso. Tiveram mais tempo para passar o som enquanto o público já começava a chegar. Devidamente vestidos como o povo bretão, o vocalista de kilt e a baixista com uma comprida saia verde, tocaram músicas tradicionais de países como Irlanda, Irlanda no Norte e Escócia, com uma pitada rock 'n roll. Fizeram os presentes dançarem à frente do palco quando passaram a misturar motivos céltas com músicas pop dos anos 80, como "Smooth Criminal", do Michael Jackson, e a música tema do finado Programa Silvio Santos. Foi o primeiro show do festival a ser aplaudido calorosamente.

Clavadistas

O som dos argentinos dos Clavadistas não agradou os presentes. Logo na primeira música, o público se dispersou pela grande Chácara Lima. A banda não estava afinada, não conseguiu entrar no clima de festa. Não parecia rock latino ou pop argentino e nem tinha a força do rock stoner uruguaio. Em muitos momentos, os acordes vazios e a voz sem potência ficaram escondidos atrás do bom baixista do grupo.

Los Porongas

Os acreanos do Los Porongas estavam encarregados de reaquecer a platéia depois do morno show dos Clavadistas. Começaram com muita potência, um vocal envolvente e guitarras groove, influenciadas pelo rock pernambucano. A banda passou do regionalismo para uma deliciosa levada setentista, bem ao estilo do The Who. Foi quando os quatro integrantes tocaram à toda potência. Ainda mostraram influências de Rage Against The Machine e Kiss. Faltando uns 15 minutos para o fim, o vocalista chamou o público para a frente. Conseguiu.

Chá de Chocalho

Foi difícil para o Chá de Chocalho manter a animação do público com uma sonoridade puxada para o forró depois do pesado show do Los Porongas. Os sete integrantes decidiram variar para agradar. Além de forró, tocaram frevo, samba e até um pouco de axé. A diversidade sonora do festival ajudou o público a aceitar os ritmos.

Eddie

A banda pernambucana Eddie veio ao Demo Sul rodeada de expectativas. Estavam de volta de uma turnê pela Europa. Entrosados, puderam tocar músicas de seus três discos. A tenda embaixo do palco começou a encher. Além do tradicional maracatu, fizeram reggae, samba e dub. Se divertiram no palco, saíram satisfeitos e agradaram.

Junkie Bozo

Depois de três bandas bem brasileiras, entrou no palco o Junkie Bozo e sua sonoridade indie rock. Foi a primeira apresentação da nova baixista da banda, Fernanda, que também estava nos vocais. Deu um show à parte. Em alguns momentos, fizeram pose no palco, lembraram os veteranos do Autoramas. A banda tinha muitos fãs na platéia, que aplaudiram o show.

Móveis Coloniais de Acaju

Quando a big band Móveis Coloniais de Acaju entrou no palco, com seus dez integrantes todos vestidos de branco e reluzentes metais, a platéia já estava em êxtase. O espaço estava cheio, mas com muito lugar pra dançar nos primeiros quinze minutos da apresentação, marcada por hits como "Perca Peso" e "Seria o Rolex?". Apresentaram um novo single, "Sem Palavras", que estará disponível para download a partir da próxima semana. Fizeram o público dançar e dançaram no palco. Já na segunda metade do show, desceram para tocar com a platéia, em roda. Foram aplaudidos com muita força. O público pediu para que eles tocassem mais, mas a banda passou a bola para o Ludov.

Ludov

Depois de um rápido acerto de som, o quarteto paulistano Ludov entrou no palco para encerrar a segunda noite do Demo Sul. A vocalista Vanessa anunciava: "Depois do show do Móveis, vai ser difícil segurar". A banda estava embalada pela apresentação que fez em Maringá, cidade vizinha, na noite anterior. As guitarras e o baixo embalaram um indie rock bem característico de São Paulo. O público concordou com Vanessa, e deixou o show pouco a pouco. Depois da metade da apresentação, a Chácara Lima já estava bem vazia.

Clique aqui para saber como foi o primeiro dia de Festival Demo Sul.