Solange Knowles se apresentou por pouco menos de uma hora no Cine Joia
Às 21h45, Solange Knowles desceu de uma van prata à frente do Cine Joia, para o primeiro show de sua carreira em São Paulo, como parte do Popload Gig. Pouca gente estava diante da casa, e Solange pôde entrar de maneira tranquila, já que ela escolheu seguir um caminho diferente do da irmã, a mais famosa e pop Beyoncé.
Solange, assim como Beyoncé, canta desde cedo, mas procurou para si uma veia menos radiofônica, mais voltada à soul music. Ainda assim, ela dá sua própria pitada às referências clássicas (entre elas a diva Aretha Franklin) que permeiam sua música, com batidas eletrônicas, ecos na voz e alguns outros efeitos.
A cantora subiu ao palco com 15 minutos de atraso, por volta das 22h45, depois de um momento um tanto anticlimático – a banda entrou ao som de uma batida pré-gravada, e depois tudo silenciou-se, enquanto os integrantes pareciam deslocados antes de Solange surgir no palco ao som de “Don’t Let Me Down”.
O lançamento mais recente da artista é o EP True, lançado no ano passado, do qual essa primeira música faz parte. É dele também o single “Losing You”, que com um clipe rodado na Cidade do Cabo, na África do Sul, ajudou Solange a cair nas graças dos hipsters.
Amparada por uma ótima banda – embora não tão carismática quanto a cantora –, formada por bateria, guitarra, teclados, baixo e duas backing vocals, Solange mostrou dez músicas, entre elas “Lovers in the Parking Lot”, “Locked in Closets”, “ Some Things Never Seem to Fucking Work”, “ Cosmic journey” e a dançante “Sandcastle Disco”, do segundo disco completo dela, Sol-Angel and the Hadley St. Dreams. Também fez parte do show a já costumeira (e bem-vinda) cover de “Stillness Is the Move”, do Dirty Projectors.
Queridinha dos fashionistas, Solange, vestida com um macacão branco com detalhes coloridos, se mostrou simpática na maior parte do tempo: fez coreografias, pediu para o povo dançar, aceitou um desenho de um fã, deu autógrafos e usou um par de óculos que lhe foi dado de presente. Rolou até coraçãozinho com as mãos. Mas, com pouco menos de uma hora de show, ficou a sensação de que a cantora – que, é preciso dizer, é tão talentosa quanto a irmã que frequenta o mainstream – poderia ter se doado mais. Afinal, R$ 200 de ingresso não é pouca coisa (e o valor parece ter refletido no público, já que a casa não teve lotação máxima).