Em SP, banda de Bruce Dickinson fez quase 40 mil cantar hinos oitentistas e prometeu show "maior" no futuro
Quem não pôde ir ao show do Iron Maiden na noite deste domingo, 2, em São Paulo, não precisa se desesperar. Após uma hora e meia tocando hinos para mais de trinta mil pessoas apertadas e molhadas por uma chuva que antecipou o grupo em dez minutos, o vocalista Bruce Dickinson anunciou um novo espetáculo no país, "maior, melhor e mais pirotécnico". Só não disse exatamente quando.
A promessa foi recebida com silêncio pela multidão de camisas pretas que acabara de vibrar com músicas como "Number of the Beast", "Powerslave", "Wasted Years" e "Fear of the Dark". O som baixo, o excesso de distorção nos instrumentos e o eco exagerado na voz de Dickinson pareceram não incomodar o público, que contribuiu fielmente desde o início, às 20h em ponto, com "Aces High".
Dickinson se divertiu correndo e explorando cada pedaço do palco (o vocalista foi o único que subiu nas plataformas com decorações egípcias do pequeno espaço reservado aos músicos), fazendo suas coreografias de praxe, enquanto seus companheiros se limitavam a levantar seus instrumentos e fazer cara de mau para a platéia. É uma turnê baseada em sucessos dos anos 80, e a postura da banda foi coerente com a proposta.
"Number of the Beast", um dos hits do Iron que tocam incessantemente em rádios FM, cumpriu seu papel, causando furor nas arquibancadas e na pista. Mas, só duas canções depois, em "Powerslave", a banda pareceu se entrosar de verdade. Pode ter sido tarde demais, já que a seguinte, "Heaven Can Wait", que levou alguns fãs a subir ao palco, reuniu pouco mais de vinte coadjuvantes para cantar, em coro, "ôôôô", por 30 segundos, antes de serem praticamente expulsos pela banda para que os músicos continuassem seus solos de guitarra.
O público continuou inabalado, ainda mais com a sucessora "Fear of The Dark". Foi o ponto alto da apresentação, e também a penúltima canção antes do bis. Como era de se esperar, celulares e isqueiros foram acessos por todo o Parque Antártica, durante uma versão mais curta do que a tocada normalmente pela banda, originalmente com 7 minutos de solos e vocais sombrios de Dickinson.
"Iron Maiden", que fechou a apresentação, teve a curta participação especial do mascote Ed Hunter. O boneco zumbi subiu ao palco, atravessou-o, deu meia volta e retornou para onde veio. No bis, "Moonchild", "Clairvoyant" e "Hallowed Be Thy Name" anteciparam o aviso de que o sexteto voltará ao Brasil - acostumada, a platéia não reagiu.