"INTERCEPTADO E SEQUESTRADO"

Israel detém Greta Thunberg e outros ativistas após deter navio de ajuda com destino a Gaza

Ativista sueca estava a bordo do Madleen com ativistas da Freedom Flotilla Coalition

Althea Legaspi

Greta Thunberg
Greta Thunberg - Foto: Fabrizio Villa/Getty Images

Israel deteve Greta Thunberg e outros ativistas da Freedom Flotilla Coalition (FFC), como o brasileiro Thiago Ávila, que estavam a bordo do navio de ajuda humanitária Madleen a caminho de Gaza, quando a embarcação foi interceptada. O navio está sendo levado para Israel e espera-se que os passageiros sejam devolvidos aos seus países de origem, segundo informações da CNN.

Mais cedo, FFC publicou um vídeo pré-gravado com Thunberg, que declarou: “Se você está vendo este vídeo, fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais pelas forças de ocupação israelenses, ou por forças que apoiam Israel. Peço a todos os meus amigos, familiares e camaradas que pressionem o governo sueco para me libertar, com os outros, o mais rápido possível.”

Conforme a CNN, entre os passageiros estavam Liam Cunningham, ator de Game of Thrones, e Rima Hassan — uma deputada francesa do Parlamento Europeu. O navio partiu da Sicília com seus 12 passageiros ativistas há uma semana, segundo a Associated Press.

Segundo a CNN, FFC publicou uma foto no Telegram na manhã de segunda-feira (horário local), mostrando membros da tripulação usando coletes salva-vidas e com as mãos para o alto. A imagem não incluía soldados das Forças de Defesa de Israel. A coalizão também postou: “Alarmes estão soando. Drones sobrevoando”, antes de anunciar que a embarcação havia sido interceptada.

Israel havia declarado que impediria o navio de chegar ao seu destino. “Instrui as Forças de Defesa de Israel a garantir que a flotilha Madleen não chegue a Gaza”, afirmou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em um comunicado no domingo, via CNN.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu a viagem como um “truque midiático” e chamou o navio de “iate de celebridades”.

Referindo-se ao navio de ajuda humanitária como um “iate de selfies”, o Ministério das Relações Exteriores de Israel escreveu na rede social X que “os passageiros devem retornar aos seus países de origem” e publicou um vídeo que parece mostrar membros das forças israelenses distribuindo sanduíches e água aos ativistas.

Após quase três meses de bloqueio total à ajuda humanitária em Gaza, Israel começou recentemente a permitir a entrada de parte da ajuda. No entanto, as Nações Unidas e outros, incluindo o Papa Leão XIV, alertaram para o risco de fome em massa em Gaza se Israel não suspender completamente o bloqueio e encerrar sua campanha militar.

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