O diretor Sam Raimi e as atrizes Michelle Williams e Rachel Weisz também falam de suas personagens no filme que narra a história pregressa de Oz, de O Mágico de Oz
O universo de Oz, nas histórias criadas por L. Frank Baum, vai muito além do filme famoso de 1939, O Mágico de Oz. Os elementos e detalhes contidos nesses livros foram aproveitados pela Disney de forma mais ampla para levar às telonas Oz: Mágico e Poderoso, que conta ao público como aquela figura projetada que Dorothy conheceu chegou àquele lugar. Na trama, Oscar (James Franco) é um mágico de circo itinerante que vive a vida sob regras éticas bastante soltas. Um furacão o tira de sua vida mais ou menos e o leva para a vistosa Terra de Oz, onde ele finalmente tem a chance de ser a figura grandiosa que sempre acreditou ser.
Lá, ele conhece as bruxas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams) e fica sabendo que elas, assim como o povo de Oz, aguardam há anos um feiticeiro que derrote a Bruxa Má e se torne rei. Porém, antes disso, ele precisa descobrir qual delas é realmente a Bruxa Má.
O filme, que tem direção de Sam Raimi (Homem-Aranha), estreia nesta sexta, 8, e terá versão em 3D nos cinemas. Embora não seja especificamente para crianças, o roteiro traz um grau de ingenuidade e uma tendência à hipérbole visual que certamente farão com que ele apele mais especificamente ao público jovem. Em entrevista, James Franco contou que, para ele, uma das coisas mais legais de Oz: Mágico e Poderoso é o fato de que não é para meninos ou meninas. “Acho que um dos atrativos, em geral, é que se trata de um mundo fantástico, mas que – diferentemente de muitos outros mundos fantásticos – tem atrativos para os dois sexos”, ele afirma. “Há muitos bons personagens femininos no mundo de Oz e há personagens masculinos. Não se tem sempre isso em livros ou filmes de fantasia. Eu acho que, na verdade, uma das coisas essenciais, e certamente para nosso filme, é que não só se tem uma, mas três bruxas e eu realmente acho que isso é uma das coisas singulares deste mundo fantástico em relação aos outros."
O mundo fantástico em questão, claro, dependeu muito e se apoiou bastante em computadores. Mas segundo conta Mila Kunis, houve um esforço para que os cenários vistosos de Oz, um dos elementos mais importantes do filme, existissem fisicamente sempre que possível. “Quando eu disse que faria o projeto, eu imaginei que teria muita tela azul. E quando cheguei lá, percebi que eles tinham construído tudo. Isso realmente ajuda. Tem a Cidade das Esmeraldas no Estúdio 1. O castelo de Glinda no Estúdio 2. A Whimsie Woods no Estúdio 3. A Estrada dos Tijolos Amarelos no Estúdio 4. Tem tudo. A Terra de Oz está aqui. É formidável, e a sensação ao entrar no cenário é incrível. Os cenários construídos nos ajudam muito a entrar no personagem”, diz a atriz nascida na Rússia. Ela conta que as histórias de Oz marcaram a infância dela. Ouviu a primeira em russo, lida pelo irmão, e por anos nem sabia que a obra não era de seu país de origem.
“Eu acho que há muitas razões para as pessoas gostarem das histórias da Terra de Oz”, diz Franco. “A Terra de Oz é um mundo totalmente desenvolvido ao qual Baum retornou muitas vezes em seus livros e criou com muitos detalhes.”
Assista ao trailer:
Sam Raimi é só elogios ao elenco que reuniu. Além de Franco e Mila, são essenciais para a trama as personagens de Michelle Williams e Rachel Weisz. “Para interpretar Glinda, a bruxa boa, eu precisava primeiro e principalmente de uma grande atriz, mas ela também tinha que ser uma boa pessoa. Michelle tem um verdadeiro espírito positivo e uma profundidade de alma. Ela é uma boa pessoa. Acho que eu precisava disso na atriz que fosse interpretar Glinda porque quando a câmera fecha no rosto do ator e você olha dentro dos seus olhos, dá pra saber se eles têm ou não uma boa alma. Não dá pra fingir isso. Michelle tem uma boa alma”, diz. “Rachel é uma atriz muito consagrada em todo o mundo. Eu fiquei empolgado quando ela aceitou o papel. Ela consegue fazer tudo de forma muito real e, neste filme, que tem tantos elementos fantásticos, eu precisava que os atores tivessem desempenhos realistas para fundamentar o público na realidade do lugar. Eu adoro o desempenho de Rachel como Evanora porque ela tem que fazer de duas maneiras e ela faz isso muito bem.”
“Eu acho que o que realmente me atraiu para interpretar Evanora foi que eu poderia fazer uma vilã”, comenta Rachel. “Ela se diverte muito sendo má. Acho que foi isso que me atraiu na personagem. E eu adorei o roteiro. Achei uma excelente sequência da história pregressa do livro O Mágico de Oz, e uma ótima história sobre a origem do Mágico.”
O Mágico apresentado no longa, contudo, é muito mais cheio de defeitos do que aquele apresentado antes pela Disney. Oz só consegue evoluir e se tornar aquele personagem que conhecíamos antes com a ajuda de Glinda, que acredita na bondade dele mesmo quando todas as evidências apontam para uma personalidade egoísta e pouco nobre. “Glinda sempre acha que as pessoas são boas e essa é a atitude que adota com relação a Oz, desde o princípio. Ela é otimista por natureza e, apesar de ter provas do contrário, tem sempre Oz em alta conta”, diz Michelle Williams, lembrando que a Bruxa Boa acaba se tornando uma aliada fundamental nessa batalha. “Quando conhecemos Glinda, ela não tem o poder para enfrentar as bruxas; até certo ponto também por causa da profecia que diz que um grande homem salvará o reino. Portanto, quando a batalha começa, Glinda está no centro de tudo. Ela não é uma figura decorativa, ela está na linha de frente, liderando e guiando o povo.”