Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Carnaval fora de hora

Jane's Addiction faz homenagem carnavalesca ao Brasil na noite de sábado, 7, no festival Maquinária, em SP

Por Bruna Veloso Publicado em 08/11/2009, às 22h58

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Perry Farrell ganha na simpatia - mas Navarro não deixa de ser um grande guitarrista - Pedro Amora
Perry Farrell ganha na simpatia - mas Navarro não deixa de ser um grande guitarrista - Pedro Amora

O Jane's Addiction, outra banda recentemente reunida (a formação original não saía em turnê há cerca de 15 anos), também tem um frontman performático - mas muito diferente de Mike Patton. O cinquentão Perry Farrell é cheio de trejeitos femininos (houve quem lembrasse do brasileiro Ney Matogrosso na plateia), gosta de figurinos extravagantes e corre de um lado para o outro sem parar. Para o primeiro show no Brasil, em São Paulo, no Maquinária, o cantor escolheu um macacão preto e dourado, rasgado na altura das axilas (ao que parece, não propositalmente).

O repertório se restringiu aos álbuns Nothing's Shocking, de 1988, e Ritual de lo Habitual, de 1990 (à exceção de "Whores", lançada no primeiro disco, ao vivo e homônimo da banda, em 1987). No início da apresentação, pela primeira vez os telões laterais exibiram imagens diferentes dos shows: para introduzir "Three Days", foi exibido um trecho de O Rio Selvagem, em que o garoto interpretado por Joseph Mazzello diz ao personagem de Kevin Bacon que "gostaria de poder ter visto o Jane's Addiction antes de eles se separarem". É nesse momento que surgem no palco duas dançarinas - umas delas é Etty Farrell, esposa do vocalista.

Enquanto Perry sorri, Dave Navarro mantém, durante todo o tempo, a marra: parece mais estar apenas cumprindo um calendário de shows, sem se importar com o público à sua frente.

Depois de músicas como "Mountain Song", "Then She Did", a contagiante "Been Caught Stealing" e "Ted, Just Admit It", de Perry ter bebido vinho e quase ter caído duas vezes (o que não o inibiu a continuar dançando e fazendo pose), foi a vez de "Jane Says", no melhor momento do energético - e bem executado - show da banda. A faixa, uma das poucas do repertório do grupo com Navarro ao violão, teve também o baixista Eric Avery no instrumento. O baterista Stephen Perkins foi à frente do palco (com justíssimos shorts curtos, estilo ciclista) para tocar steel drums e bongô.

No final, um carnaval à la Farrell. Em inglês, ele diz que "nós adoramos tocar para vocês. Agora, juntos, vamos relembrar sua dança nativa, sua alma nativa". Ao menos oito pessoas - incluindo os integrantes da banda - esmurraram tambores, enquanto passistas dançavam. Um jeito cafona - mas bem intencionado - de homenagear o público tupiniquim.

A primeira noite do Maquinária ainda teve apresentações de Faith No More (saiba mais), Deftones (saiba mais), Sepultura e Nação Zumbi.