Grace Jabbari acusou o ex-namorado Jonathan Majors de agressão e assédio; julgamento revelou mensagens, imagens e testemunha que corroboraram alegações contra o ator
Jonathan Majors foi considerado culpado por agressão imprudente de terceiro grau e assédio, mas foi absolvido de outras duas acusações: agressão intencional de terceiro grau e assédio agravado. O ator, seus advogados e a namorada Meagan Goode não esboçaram qualquer reação ao ouvirem o veredito do jury de Manhattan, nesta segunda-feira, 18. O juiz Michael Gaffey deve determinar a sentença, que pode chegar a um ano de prisão, em 6 de fevereiro.
Ante da decisão, os seis membros do júri pediram a definição de assédio em segundo grau — "intenção de assediar, irritar ou alarmar” outra pessoa; “ele ou ela bate, empurra, chuta ou de outra forma sujeita outra pessoa a contato físico, ou tenta ou ameaça fazer o mesmo" —, solicitaram as imagens de uma câmera de segurança e o depoimento de uma mulher que esteve com Grace Jabbari depois da suposta agressão.
Kelli Galloway, promotor do caso, argumentou que Majors foi manipulador e controlador durante os dois anos de relacionamento do casal. Jabbari explicou que não quis envolver a polícia mesmo após ser agredida por Jonathan, quem ligou para o 911 após encontrar a então parceira desmaiada.
Isso realmente se resume a quatro palavras simples: controle, dominação, manipulação e abuso. [Essas são as] táticas usadas por quem comete violência doméstica contra parceiros, contra Grace. - Galloway
Já a defesa de Majors alegou que o ator foi quem teria sido agredido em episódio que Jabbari conta ter sofrido retaliação do ex-namorado após descobrir uma suposta traição, enquanto estavam dentro de um carro particular. A advogada Priya Chaudhry também afirmou que Jonathan estava no auge da carreira até ser preso em março deste ano.
Uma série de mensagens de texto e voz trocadas entre Jonathan Majors e a ex-namorada Grace Jabbari foi ouvida durante julgamento. O ator é acusado de agredir Jabbari no banco de trás de um carro particular em 25 de março, após suposta infidelidade por parte de Majors ter sido descoberta.
Quando voltou ao seu apartamento, Grace tomou dois comprimidos para dormir e acordou no chão do closet. Por não conseguir entrar na sala, Jonathan chamou a polícia pensando que ela teria tentado cometer suicídio. Após recolher depoimento e avaliar lesões de Jabbari, a polícia determinou que havia ocorrido um incidente doméstico e prendeu Majors (via Variety).
As mensagens em questão são datadas de setembro de 2022 e mostram Majors tentando impedir que a então parceira vá ao hospital após ser machucada na cabeça em ocasião anterior à prisão do ator. Ele também pede que ela seja mais como Coretta Scott King e Michelle Obama para apoiar sua carreira e, ainda, ameaça tirar a própria vida.
"Eu temo que você não tenha ideia do que poderia acontecer se você fosse ao hospital", escreveu Jonathan. "Eles farão perguntas e, como eu acho que você não pretende nos proteger, isso pode levar a uma investigação, mesmo que você minta e eles suspeitem de algo."
Jabbari, então, argumentou que não conseguia dormir: "Eu direi ao médico que bati a cabeça, se eu for. Vou esperar mais um dia, mas não consigo dormir e preciso tomar remédios fortes para dor. É só isso. Por que eu diria a eles o que realmente aconteceu, quando está claro que eu quero ficar com você?"
Durante o depoimento no julgamento, Grace afirmou que já havia sido alertada por Jonathan para que não confiasse na polícia, devido ao que "poderiam fazer com ele como um homem negro".
Majors escreveu também que pensou em cometer suicídio: "Ontem à noite, eu considerei me matar em vez de ir para casa. Provavelmente vou me matar. Não é mais contemplativo... Sou um monstro. Um homem horrível. Incapaz de amar. Vou me matar em breve. Já coloquei as coisas para funcionar".
A corte também divulgou fotos das lesões de Jabbari, incluindo uma fratura no dedo, que foram submetidas ao processo como evidências. Embora a defesa tenha tentado derrubar as acusações, o juiz responsável pelo caso, Michael Gaffey, pontuou que existem evidências suficientes para provar as agressões de Majors.