O rapper é realmente o personagem profetizado pelo britânico em 1972? (Spoiler: provavelmente sim)
Kanye West não estava errado ao se proclamar Yeezus em 2013, mas de acordo com algumas ardentes teorias da conspiração do universo da música, o destino de se tornar um dos nomes mais inovadores e controversos da arte mundial foi determinado muito tempo atrás. Vamos dizer, bem, em 1972, exatamente cinco anos antes de ele mesmo ter nascido.
Aquele foi o ano em que o finado David Bowie lançou o seminal álbum de ópera-rock, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, o quinto disco de estúdio dele e a base para o álter-ego Ziggy Stardust, de cabelos flamejantes e origens nada mudanas. Em 2007, em um site do Blogspot auto descrito como “o blog oficial para a conspiração sobre Kanye West e David Bowie”, um fã projetou como Bowie e West estão intrinsecamente conectados de uma maneira muito particular – e como isso tudo começou, com o lançamento de Ziggy Stardust, em 6 de junho de 1972.
A história é a seguinte: a capa do disco de Bowie de 1972 estampa a imagem de um rockstar posando de maneira confiante em uma rua escura de Londres, cercado por caixas de papelão e concreto úmido. O único ponto de foco realmente proeminente da foto (além do cabelo loiro de Bowie?) é um letreiro iluminado logo acima da cabeça do cantor com os dizeres “K. West”. Coincidência, talvez?
A teoria então vai mais fundo, para além da relação superficial do nome, dissecando o significado por trás da primeira faixa do álbum: “Five Years”. A letra da música traça um retrato de um mundo que pode chegar ao fim em um período de cinco anos – a menos que um tal “Starman” desça até a Terra para salvar a humanidade dela mesma.
Avance cinco anos e dois dias no tempo e, em 8 de junho de 1977, West nascia. O “Starman” que Bowie havia previsto chegou.
Em uma entrevista de 1974 para a Rolling Stone EUA, Bowie deu uma descrição estranhamente profética de como o álter-ego dele eventualmente deixaria a Terra. “Assim que Ziggy morrer no palco, o infinito pega os elementos dele e os torna visíveis”, ele disse na ocasião.
De maneira apropriada, quando o ícone do rock morreu, em 10 de janeiro de 2016, West foi um dos primeiros artistas a homenageá-lo, tuitando só uma hora depois do post com o anúncio oficial da morte de Bowie no Facebook: “David Bowie foi uma das minhas mais importantes inspirações, tão destemido, tão criativo, ele nos deu mágica para toda uma vida.”
Foi quando um usuário do Reddit reviveu a teoria da conspiração original, mas desta vez com algumas atualizações importantes, como pontuando que o último disco de Bowie, Blackstar, é uma não-tão-leve confirmação de que West é o sucessor escolhido. Primeiro, o rapper é, literalmente, uma estrela negra e, segundo, a primeira música do álbum, intitulada “Blackstar”, traz algumas frases assustadoramente reveladoras na letra.
“Something happened on the day he died”, diz a poesia. “Spirit rose a meter and stepped aside/ Somebody else took his place, and bravely cried/ 'I'm a blackstar, I'm a blackstar!'.”
Mas nenhuma teoria da conspiração está completa sem mais alguns pontos críticos de ligação. A terceira faixa de Blackstar – álbum que foi gravado secretamente durante a batalha de 18 de meses de Bowie contra um câncer – é intitulada “Lazarus”, um aceno ao personagem bíblico homônimo. Na bíblia, Lazarus fica doente e morre. Ele é colocado em uma tumba e Jesus o ressuscita pelo poder da oração.
É importante notar aqui que a terceira música do álbum Yeezus, que West lançou em 2013, é intitulada, sem nenhuma ironia, de “I Am a God” (a teoria é ajudada aqui pelo fato de que o rapper “linguarudo” posou com uma coroa de espinhos na capa da RS EUA, em 2006). As comparações entre Jesus e West poderiam ser mais claras?
Ah, tem mais uma coisa. Três dias antes da morte de Bowie, em janeiro de 2016, a cantora Sia deu uma prévia da então nova música dela, “Reaper” – que, coincidentemente, foi cocomposta e coproduzida por ninguém menos que o novo espírito de Bowie encarnado: Kanye West.