Os monstros, os efeitos especiais e a atmosfera tóxica da ilha são sensacionais e valem o ingresso; filme estreia nesta quinta, 9
Quando King Kong surgiu, em 1933, no filme homônimo dirigido pelo também criador Merian C. Cooper, o gorila gigante se tornou um ícone da cultura pop norte-americana. Ao longo das décadas, Kong estrelou outros filmes, apareceu em animações, em histórias em quadrinho e em todo o tipo de mídia. Agora ele reaparece em Kong: A Ilha da Caveira. O filme que chegas às telas nesta quinta, 9, serve como uma diversão razoável.
A ação começa em 1973, quando o presidente dos Estados Unidos era Richard Nixon e o governo começava o processo da retirada das tropas do Vietnã. Enquanto isto, dois cientistas, William "Bill" Randa (John Goodman) e Houston Brooks (Corey Hawkins), conseguem em Washington, junto ao Senado, financiamento para explorar uma ilha do Pacifico, supostamente um dos poucos locais onde o ser humano nunca colocou o pé. Mas fica nítido que a dupla esconde vários segredos. “É um local que foi esquecido pela evolução”, diz Randa.
Eles precisam de uma equipe e a ele se juntam ao rastreador James Conrad (Tom Hiddleston), a foto jornalista Mason Weaver (Brie Larson) e a outras figuras secundárias. O suporte militar é fornecido pela equipe do Coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson), que está decepcionado com o fracasso norte-americano no Vietnã e quer uma última grande missão antes de se aposentar. Mal sabe ele onde está se metendo.
Ao chegar na Ilha da Caveira, o esquadrão de helicópteros começa a bombardear o local para desentocar os monstros – este era o segredo guardado por Randa e Brookes. Com isso, despertam a fúria de Kong, o gorila do tamanho de um prédio que é o rei da ilha. Militares morrem aos montes e todos os helicópteros viram sucata retorcida. Os sobreviventes ficam presos na floresta desconhecida, temendo Kong, mas o pior está por vir. Eles são perseguidos por aranhas gigantes, insetos letais e criaturas chamadas skullcrawlers, que se assemelham a enormes lagartixas em decomposição. Estes são os piores, os verdadeiros inimigos de Kong.
A graça de Kong é ver estes seres humanos descartáveis e maçantes sendo devorados, pisados, regurgitados, empalados e muito mais. O diretor Jordan Vogt-Roberts joga no liquidificador não apenas elementos dos filmes anteriores de King Kong, mas também de Apocalypse Now e de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros. O elenco classe A tem interpretações classe B e não faz muita coisa a não ser correr, se esconder, fazer caretas e esbanjar canastrice. O único personagem com algum estofo emocional é Hank Marlow (John C. Reilly), um piloto da Força Aérea que está preso na Ilha da caveira desde o final da Segunda Guerra Mundial. Ele vive em meio aos nativos que tem Kong como Deus e se torna um elemento vital para que resto do grupo sobreviva no ambiente infernal.
Os monstros, os efeitos especiais e a atmosfera tóxica da ilha são sensacionais e valem o ingresso. Kong é tratado com respeito pelo diretor Roberts. Assim como o colega monstro Godzilla, ele só quer ficar em paz, mas se alguém se meter com ele, não terá segunda chance. Pelo menos não o transformaram em uma criatura fofa, como Peter Jackson fez na equivocada adaptação de 2005. Este Kong também tem dignidade, o que não pode ser dito sobre o elenco humano.
Os produtores de Kong: a Ilha da Caveira sãos os mesmo da versão de Godzilla feita em 2014. Assim, ninguém precisa se esforçar para adivinhar o que vai acontecer no próximo filme.