Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Lançamento de J.K. Rowling desperta (mais uma) polêmica sobre racismo e transfobia

Chamado de 'The Ink Black Heart', o novo romance de J.K. Rowling gerou mal estar por paralelos com transfobia da própria autora

Redação Publicado em 01/09/2022, às 18h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
J.K. Rowling em tapete vermelho (Foto: Getty Images)
J.K. Rowling em tapete vermelho (Foto: Getty Images)

Conhecida por criar o mágico universo de Harry Potter, J.K. Rowling lançou um livro recentemente e a obra tem gerado diversas polêmicas. Acontece que, de acordo com a Rolling Stone internacional, o romance narra a misteriosa morte de uma artista que, na trama, foi criticada por internautas após posicionar-se de forma racista, capacitista e transfóbica.

Intitulado The Ink Black Heart, o novo livro de Rowling é o sexto da série de suspense policial Cormoran Strike. Ambientados em um mesmo universo, todos os seis romances trazem casos misteriosos, que a autora assina sob o pseudônimo de Robert Galbraith.

Na nova trama, tudo começa quando a ilustradora Edie Ledwell publica uma animação contraditória em seu canal no Youtube. O cartoon, que representa uma minhoca hermafrodita, é rapidamente questionado nas redes sociais, conforme críticos e até fãs de Edie o identificam como racista, capacitista e transfóbico, segundo a Rolling Stone EUA.

+++LEIA MAIS: J.K. Rowling é criticada após mais comentários transfóbicos nas redes sociais

Começa, então, uma espécie de perseguição contra a ilustradora, que encontra fotos de sua casa espalhadas pela internet, onde também recebe ameaças de morte e de abuso por, supostamente, “ter uma opinião” impopular. Um dia, Edie Ledwell é encontrada morta a facadas em um cemitério e o detetive Robin Ellacott começa a investigar o caso.

Com tal enredo, o novo livro de Rowling e sua temática viralizaram nas redes sociais, principalmente pelas semelhanças com a vida da própria autora — que já curtiu tuítes que classificavam mulheres trans como “homens de vestido” e chegou a escrever uma declaração em 2020, dizendo estar “preocupada com o novo ativismo trans”.

+++LEIA MAIS: J.K. Rowling recebe ameaças nas redes e é defendida pela Warner Bros.

Isso porque, ainda de acordo com a Rolling Stone EUA, a trama de The Ink Black Heart — que ainda não tem título em português, nem data para chegar ao Brasil — critica os “guerreiros da justiça social”, sugerindo que Edie Ledwell foi apenas a vítima de “uma campanha de ódio magistralmente tramada e politicamente alimentada contra ela”.

Para internautas que acompanham e problematizam os posicionamentos de J.K. Rowling, então, pareceu óbvio que o livro foi inspirado nas críticas que a autora recebeu após as polêmicas que protagonizou. Em entrevista a Graham Norton, no entanto, a escritora deixou claro que o romance não foi inspirado na realidade.

Devo deixar bem claro, depois de algumas das coisas que aconteceram no ano passado, que o livro não está retratando [as polêmicas]. Eu escrevi o livro antes que certas coisas acontecessem comigo online. Eu disse ao meu marido: 'Acho que todo mundo vai ver isso como uma resposta ao que aconteceu comigo', mas realmente não foi.”

O problema é que, por mais que J.K. Rowling afirme que “o primeiro rascunho do livro foi concluído no momento em que certas coisas aconteceram”, tal versão dos fatos não tem conquistado internautas e críticos da autora — que continuam pontuando as muitas semelhanças entre a história de Edie Ledwell e da própria criadora de Harry Potter.

+++LEIA MAIS: J.K. Rowling zomba de publicação em prol da comunidade LGBTQ+; entenda