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Leveza que pesa e sinceridade singular: Raça lança clipe duplo e mostra o que está por vir no novo disco; assista Quente/Chama

"Nesse novo trabalho, descobrimos que precisamos de movimentos, somos movidos a novidade", conta o vocalista Popoto Martins

Igor Brunaldi Publicado em 29/11/2018, às 11h32

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Thiago Barros, João Viegas, Santiago Mazzoli, Novato Calmon e Popoto Martins Ferreira (Foto:Diolinha)
Thiago Barros, João Viegas, Santiago Mazzoli, Novato Calmon e Popoto Martins Ferreira (Foto:Diolinha)

Dois anos após compartilhar com os fãs o suculento Saboroso, a Raça se prepara para lançar Saúde, terceiro disco da banda e trabalho que tem tudo para ser um clássico instantâneo do indie, assim como seu sucessor em 2016. Para dar um gostinho do que está por vir no começo de 2019, eles lançam aqui pela Rolling Stone Brasil, o clipe duplo de "Quente/Chama".

A primeira metade é composta pelo single "Quente", disponível nas plataformas digitais desde o dia 16 de novembro. "Chama", que compõe a metade final, é uma faixa inédita e que deve chegar aos streamings nos próximos dias.

Ressaltando a dualidade que existe entre noite e dia, e com pouquíssimo ou até nenhum movimento de câmera e um uso criativo da iluminação, os caras mostram e afirmam sua habilidade em passar mensagens sinceras sem utilizar recursos extraordinários. As letras das músicas seguem esse mesmo rumo: palavras simples expressam dores e insatisfações, pesares e reflexões da forma mais natural possível, com um vocabulário não mais complexo do que aquele presente em um desabafo entre amigos de longa data. Nada soa forçado.

Isso torna fácil a identificação entre os fãs e as composições. Quem já foi a um show da Raça sabe bem a força que as letras têm, e a intensidade com que a plateia, independente do tamanho, canta cada uma dessas palavras. Essa simplicidade, que em um primeiro momento pode parecer ingênua, mas com um olhar aprofundado se mostra terapêutica e visceral, está presente desde o início, com o disco de estreia Deu Branco, de 2014. 

Raça é formada hoje por Popoto Martins Ferreira (vocal e guitarra), Thiago Barros (bateria), Novato Calmon (vocal e baixo), Santiago Mazzoli (guitarra) e João Viegas (teclados e vocal).

Saúde vai ser o primeiro lançamento da banda pelo selo Balaclava Records. Dia 8 de dezembro eles tocam no Breve, como parte da programação da SIM - Semana Internacional da Música de São Paulo.

Leia abaixo nossa conversa com o Popoto e assista ao clipe de "Quente/Chama", dirigido por Lucas Striani e produzido por Nyara Alves.

Qual foi/está sendo a maior diferença entre o processo criativo do novo disco e do Saboroso?No Saboroso, a gente fez a maior parte das músicas durante ensaios, a partir de temas criados no violão em casa, individualmente. O Saúde foi bem mais colaborativo. Os temas acabavam surgindo durante o tempo em que passamos juntos na casa do Novato, na frente do computador. Não rolou muita divisão de instrumento. Por exemplo, compus várias linhas de baixo, o João fez várias guitarras e o Thiago fez teclados. Todo mundo opinou nas letras, que continuam sendo bem pessoais. O que é discutido hoje é se todos os integrantes concordam com a mensagem que a música passa, se todos a conseguem levar como verdade.

O que foi mais difícil durante a gravação do clipe: ficar agachado tanto tempo sem se desequilibrar ou aguentar o calor da fogueira gigante nas costas?
O fogo foi meu aliado durante a gravação, porque afastou as aranhas - tenho pavor delas. Vi várias enquanto a gente organizava os equipamentos. Elas sumiram depois que acendemos a chama. Então, com certeza, ficar agachado sentindo dor nos joelhos e o medo de alguma aranha subir em mim foram as piores partes.

Qual você diria que é o aspecto que a banda mais amadureceu ao longo dos anos?
O rigor com a qualidade sonora e com a mensagem que gostaríamos de passar.

Como você vê a trajetória da Raça até agora?
A gente nunca soube exatamente o que fazer mas sempre soube muito bem o que a gente não gostaria de fazer. Nesse novo trabalho, descobrimos que precisamos de movimentos, somos movidos a novidade. Tenho orgulho dos nossos trabalhos, gosto muito da nossa caminhada e de ressignificar as músicas de tempos em tempos, para que, de alguma forma,  elas sempre tenham sentido para mim. Gostaria que elas acompanhassem o máximo possível de pessoas. O objetivo agora é esse: expandir.

O que compor significa para você?
Para mim, compor é uma reflexão, ou até mesmo uma premonição - entro em contato com o meu subconsciente e ele conversa comigo. Por esse motivo, consigo ressignificar a composição tantas vezes, é como um sonho. (Obs: sou cético. Quando falo sobre premonições não é nada sobrenatural. Penso em suposições calculadas que o subconsciente consegue fazer devido às experiências prévias).