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Lil Baby não ganhou o Grammy, mas fez história com performance de 'The Bigger Picture’

Com a apresentação icônica, o rapper mostrou a urgência e importância dos versos da canção, que falam sobre racismo e violência policial

Camilla Millan I @camillamillan Publicado em 15/03/2021, às 15h00

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Performance de Lil Baby no Grammy 2021 (Foto: Kevin Winter/Getty Images for The Recording Academy)
Performance de Lil Baby no Grammy 2021 (Foto: Kevin Winter/Getty Images for The Recording Academy)

Se você ainda não conhecia o rapper Lil Baby, a cerimônia do Grammy 2021 no domingo, 14, mostrou toda a potência e talento do rapper de 26 anos. O músico foi indicado a duas categorias da premiação, e apesar de não ganhar, deixou a marca com a performance de “The Bigger Picture”.

Lil Baby foi indicado com “The Bigger Picture” às categorias Melhor Performance de rap e Melhor Música de rap no Grammy 2021 - e perdeu ambas para o hit "Savage", de Megan Thee Stallion com Beyoncé. Contudo, o rapper protagonizou um dos momentos mais icônicos da noite com uma performance cinematográfica da música.

+++LEIA MAIS: Grammy 2021: Confira todos os vencedores da noite

“The Bigger Picture” foi lançada em junho de 2020, em meio aos protestos do movimento Black Lives Matters após o assassinato de George Floyd por policiais brancos. Na música, o rapper pede justiça, fala sobre a violência policial e o racismo estrutural - e a intenção nos versos já é de emocionar.

No entanto, a performance no Grammy deu uma potência ainda maior à música, e mostrou que os versos não perderam a força e a urgência. O rapper se apresentou em um cenário de manifestações contra a brutalidade policial - e a apresentação iniciou com o ator e ativista Kendrick Sampson protagonizando uma cena que infelizmente, é rotineira: a abordagem policial racista e violenta contra homens pretos. 

+++LEIA MAIS: Como violência policial e racismo são normatizados pela produção audiovisual brasileira [ANÁLISE]

Durante a cena, lê-se uma citação de James Baldwin, romancista norte-americano. Em seguida Lil Baby iniciou a apresentação com os versos potentes em meio ao cenário de manifestações e injustiças raciais.

“Ontem à noite, as pessoas que protestavam em Minneapolis aumentaram/ Como manifestantes foram açoitados por gás lacrimogêneo e balas de borracha/ A mensagem principal aqui, a mensagem principal aqui, a mensagem principal aqui/ É que eles querem ver os oficiais envolvidos/ Eles querem ver os policiais presos,” cantou o artista.

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A apresentação também incluiu uma aparição surpresa do rapper Killer Mike, da canção “Run the Jewels”. No meio da performance, a ativista Tamika Mallory também apareceu para pedir mudança ao presidente dos EUA Joe Biden: “É um estado de emergência. Foi um ano e tanto. Inferno por mais de 400 anos. Meu povo, é hora de ficarmos. É hora de exigirmos a liberdade que esta terra promete. Presidente Biden, exigimos justiça (...)”.

Um dos momentos mais mercantes da performance foi quando Lil Baby cantou os versos de frente para o ator de um policial branco, com o escudo de acrílico característico, assim como nos protestos reais. E ao invés de ser barrado pelos oficias, ele consegue ultrapassar a barreira e se juntar a um grupo maior de manifestantes - uma indicação de que nada pode os impedir de protestar e reivindicar justiça.

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No final da performance, o rapper sobe em um carro para cantar os últimos versos: “É maior que preto e branco/ É um problema com todo o modo de vida/ Não pode mudar da noite para o dia/ Mas temos que começar em algum lugar/ Pode muito bem começar aqui/ Nós fizemos um inferno de um ano/ Vou fazer valer a pena enquanto estou aqui/ Deus é o único homem que eu temo” - e os fogos de artifício são o fechamento icônico e merecido.

A performance arrepiante traduziu a importância da canção, que apesar de não ganhar um Grammy, é urgente em letra e conceito. Lil Baby escancarou a violência policial e o racismo em uma das noites mais famosas da indústria musical - e o fez com a atitude de alguém que não vai parar por aí.

Confira alguns trechos da apresentação: 


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+++MAIS SOBRE MÚSICA: Grammy 2021: Confira todos os vencedores da noite

Aconteceu nesta noite de domingo, 14, a 63ª edição do Grammy Awards, a maior premiação de música dos Estados Unidos. Pela primeira vez, o evento foi realizado de modo virtual, sem plateia, com perfomances e entregas dos prêmios de forma remota devido à pandemia do coronavírus. 

Entre os destaques das 83 categorias estava Beyoncé, que teve nove indicações, Dua Lipa, Taylor Swift e Roddy Rich, com seis cada um. 

O comediante Trevor Noah comandou a noite que teve apresentações de Taylor Swift, BTS, Billie Eilish, Cardi B, Doja Cat, Harry Styles, Dua Lipa, Post Malone, Black Pumas, Chris Martin, DaBaby, Miranda Lambert, Maren Morris, John Mayer, Haim, Mickey Guyton, Brandi Carlile Brittany Howard.

Confira abaixo todos os vencedores do Grammy 2021: 

+++LEIA MAIS: O Grammy das minas: como 2021 exaltou como nunca antes a produção feminina do mundo da música

Álbum do Ano

Folklore - Taylor Swift


Gravação do Ano

"Everything I Wanted" - Billie Eilish


Música do Ano

"I Can't Breathe" - H.E.R.


Álbum Pop

Future Nostalgia - Dua Lipa


Música de Rap

"Savage" - Megan Thee Stallion Featuring Beyoncé


Perfomance Solo Pop

"Watermelon Sugar" - Harry Styles


Artista Revelação

Megan Thee Stallion


Álbum Country

Wildcard - Miranda Lambert


Performance de Pop em Duo/Grupo

“Rain on Me” — Lady Gaga e Ariana Grande


Performance de Pop Tradicional

“American Standard” — James Taylor


Performance de Rock

“Shameika” — Fiona Apple


Música de Rock

"Stay High" - Brittany Howard


Gravação de Dance

"10%" - Kaytranada Featuring Kali Uchis


Álbum de Música Eletrônica

"Bubba" - Kaytranada


Performance de Metal

“Bum-Rush” — Body Count

+++LEIA MAIS: Grammy 2021: 7 curiosidades de Future Nostalgia, de Dua Lipa [LISTA]


Música de Rock

“Stay High” — Brittany Howard


Álbum de Rock

The New Abnormal — The Strokes


Álbum de Música Alternativa

Fetch the Bolt Cutters — Fiona Apple


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Performance de R&B Tradicional

“Anything for You” — Ledisi 


Música R&B

“Better Than I Imagined” — Robert Glasper, Meshell Ndegeocello & Gabriella Wilson


Álbum de R&B Progressivo

It Is What It Is — Thundercat 


Performance de R&B

"Black Parade" - Beyoncé


Álbum de R&B

Bigger Love — John Legend


Performance de Rap

“Savage” — Megan Thee Stallion Feat. Beyoncé 


Melhor Performance de Rap Melódico

"Lockdown" - Anderson Paak


Álbum de Rap

“King’s Disease” — Nas 


Produtor do Ano 

Andrew Watt


Trilha Sonora de Mídia Visual

Jojo Rabbit - Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez, Tom MacDougall & Dave Metzger, compilation producers 


Trilha Sonora Original para Mídia Visual

Coringa - Hildur Guðnadóttir 


Melhor Box de Edição Especial Limitada

Ode To Joy - Lawrence Azerrad & Jeff Tweedy (Wilco)


Música para Mídia Visual

“No Time to Die" (007 Sem Tempo Para Morrer) — Billie Eilish O’Connell & Finneas Baird O’Connell


Melhor Álbum de Notas

"Dead Man's Pop" - The Replacements


Melhor Álbum Instrumental Contemporâneo

"Live At The Royal Albert Hall" - Snarky Puppy

+++LEIA MAIS: Grammy 2021: Conheça os indicados da categoria Melhor Álbum de Música Alternativa


Melhor Álbum Histórico

"It's Such a Good Feeling: The Best of Mister Rogers" - Lee Lodyga & Cheryl Pawelski, compilation producers; Michael Graves, mastering engineer (Mister Rogers)


Melhor Álbum Técnico -  não clássico

Hyperspace - Drew Brown, Julian Burg, Andrew Coleman, Paul Epworth, Shawn Everett, Serban Ghenea, David Greenbaum, John Hanes, Beck Hansen, Jaycen Joshua, Greg Kurstin, Mike Larson, Cole M.G.N., Alex Pasco & Matt Wiggins, engineers; Randy Merrill. 


Melhor Gravação Remixada

Roses (Imanbek Remix) - Imanbek Zeikenov, remixer (SAINt JHN)


Melhor Álbum Técnico, Clássico

"Shostakovich: Symphony Nº 13, Babi Yar" - David Frost & Charlie Post, engineers; Silas Brown, mastering engineer (Riccardo Muti & Chicago Symphony Orchestra)


Produtor do Ano, Clássico

David Frost


Melhor Performance Orquestral

"Ives: Complete Symphonies" - Gustavo Dudamel, conductor (Los Angeles Philharmonic)


Melhor Gravação de Ópera

Gershwin: Porgy And Bess - David Robertson, conductor; Frederick Ballentine, Angel Blue, Denyce Graves, Latonia Moore & Eric Owens; David Frost, producer (The Metropolitan Opera Orchestra; The Metropolitan Opera Chorus)


Melhor Performance Coral

"Danielpour: The Passion Of Yeshuah" - Joann Falletta, conductor; James K. Bass & Adam Luebke (James K. Bass, J'Nai Bridges, Timothy Fallon, Kenneth Overton, Hila Plitmann & Matthew Worth; Buffalo Philharmonic Orchestra; Buffalo Philharmonic Chorus & UCLA Chamber Singers)


Melhor apresentação de música de câmara / pequeno conjunto

"Contemporary Voices" - Pacifica Quartet


Melhor Solo Instrumental Clássico

"Theofanidis: Concerto For Viola and Chamber Orchestra" - Richard O'Neill; David Alan Miller, conductor (Albany Symphony)


Melhor Álbum Clássico de Vocal Solo

"Smyth: The Prisoner" - Sarah Brailey & Dashon Burton; James Blachly, conductor 


Melhor Compêndio Clássico

Thomas, M.T.: From The Diary Of Anne Frank & Meditations On Rilke - Isabel Leonard; Michael Tilson Thomas, conductor; Jack Vad, producer


Melhor Composição Clássica Contemporânea

Rouse: Symphony Nº5 NO. 5 - Christopher Rouse, composer (Giancarlo Guerrero & Nashville Symphony)


Clipe Musical

“Brown Skin Girl” — Beyoncé 


Filme de Música

Linda Ronstadt: The Sound Of My Voice — Linda Ronstadt

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