A cantora diz que não há nada sendo feito, mas se mostra aberta à ideia de uma versão virtual do pai
Lisa Maria Presley levou a turnê de seu mais recente álbum, Storm & Grace, a Los Angeles na última semana, fazendo um show com ingressos esgotados no Roxy Theatre. “Aqui fico mais nervosa, porque a maior parte da plateia é de familiares, amigos, indústria, gravadora”, ela diz à Rolling Stone EUA. “É mais fácil cantar para uma sala cheia de pessoas que você não conhece, pelo menos para mim.”
A filha de Elvis Presley está acostumada a fazer shows sob pressão. “Uma vez, em Nova York, eu saí do palco e meu marido [Michael Lockwood] – que não era meu marido na época, apenas o diretor musical – disse: ‘Estou feliz que você tenha feito um bom show, porque David Bowie estava na plateia esta noite’”, ela se lembra sobre sua primeira grande turnê. Lisa diz que recebeu algumas palavras carinhosas de Bowie na ocasião. “Ele foi ótimo. Disse: ‘Não quero ver acontecer com você o que aconteceu com Julian Lennon, porque ele foi colocado em coisas muito grandes, muito rápido. Não quero ver isso acontecer. Então certifique-se de fazer as coisas que são confortáveis para você’. Ele me aconselhou de um jeito muito bom, paternal e produtivo. Eu estava dando um passo maior que o outro, e aquilo me fazia ficar cada vez menos confortável com a coisa toda. Ele viu isso.”
Lisa tem lidado com o legado do pai há anos, mas o interesse geral tem sido particularmente maior desde a aparição do holograma de Tupac no Coachella. Tem havido bastante interesse em um holograma de Elvis, mas ela diz que, pelo menos por enquanto, não há nenhum plano para isso. “Se quisermos fazer, temos os direitos para fazer, e é isso, basicamente”, conta a cantora. “Não há nada acertado, nenhum protótipo. Não tem nada acontecendo no momento.” Ela é, no entanto, aberta à ideia, citando a atual turnê em que músicos que trabalharam com Elvis se apresentam ao lado de uma projeção dele em um telão – show que passará em breve pelo Brasil. “É uma turnê que está acontecendo há algum tempo. Estamos fazendo isso há tantos anos que o próximo passo seria, eu acho – em um mundo de tecnologia infinita – um holograma. Apenas teria de ser de muito, muito bom gosto.”
Mas no momento, a artista está focada em construir um público para Storm & Grace. “Quando comecei essa turnê, percebi: ‘Não é um disco pop no Top 40, vai ser muito trabalhoso, vai ser eu lá toda noite, provando [meu valor] toda noite para a plateia seguinte”, afirma. “Estou confortável com isso; prefiro assim.”
A parte mais importante, ela acredita, é curtir uma recém-descoberta harmonia com seu público. “É uma relação mais íntima. Dá para sentir as pessoas realmente sentindo e me ouvindo agora, finalmente.”