Cantor paulistano deixou marca de uma brasilidade consistente em noite de atrações estrangeiras
Embora estivesse escalado no palco Alternativo, bem menor e menos equipado do que o palco onde se apresentava o The Perfect Circle na mesma hora, Criolo convocou uma multidão para acompanhar seu show, que foi composto quase completamente por canções do disco Nó na Orelha (2011). Foi mais ou menos o que o rapper mostrou em todo o Brasil e em outras cidades da Europa, durante os dois últimos anos. Mas não deixou de ser uma grande atração.
Acontece que entre fãs de Franz Ferdinand, Queens of Stone Age e Black Keys, muitos gostam de Criolo. A figura carismática que se move o tempo todo chama a atenção também porque as canções de Nó na Orelha estão conhecidas do grande público. “Mariô” abriu o set, que teve “Sucrilhos”, “Grajauex” e “Subiusdoistiozin”, entre outras.
Cheio de frases de efeito, como sempre, ele vestiu um chapéu chinês antes de “Lion Man” e repetiu mais de uma vez: “Todo mundo tem um samurai dentro de si”. Do oriente, arrancou outra referência. “Meu time foi para o Japão e ganhou de 1 a 0 de um time da Inglaterra aí”, brincou, com uma faixa do Corinthians em mãos.
Também não faltou uma cutucada em Brasília. “Feliciano não nos representa”, disse DJ Dan Dan, presença certa ao lado do cantor. Criolo criou climas diversos, do bolero “Freguês da Meia-Noite”, ao hino urbano “Não Existe Amor em SP”, sempre com o engajamento do público.
De sua carreira pré-Nó na Orelha fez “Vasilhame” e “Demorô”, que não tiveram a mesma repercussão na grande plateia (até porque apenas uma parcela dela escutava tudo perfeitamente), e “Bogotá” foi usada para apresentar a banda. O saxofonista Thiago França solou, assim como o baterista Sérgio Machado e o percussionista Maurício Badé. Depois de 1h15 a performance chegou ao fim – e deixou uma marca consistente de brasilidade na noite, formada essencialmente por atrações estrangeiras.