Com guitarras criando atmosferas delirantes, banda faz grande show no palco Butantã
O horário podia não ser dos melhores, mas o quinteto britânico do Foals não se mostrou incomodado e trouxe seu rock cheio de atmosferas viajantes para o palco Butantã, neste terceiro dia de Lollapalooza, domingo, 31.
Eles abriram a apresentação às 15h15. O show de luzes programado pela banda não funcionou como deveria, claro, mas as guitarras do vocalista Yannis Philippakis e de Jimmy Smith cumpriram o papel de trazer a psicodelia que as músicas da banda pedem.
A última apresentação deles por aqui havia sido em 2011, como banda de abertura para o Red Hot Chili Peppers. Com novo disco na bagagem, o ótimo Holly Life, e a experiência de tocar em festivais, repletos de pessoas que pouco se importam com o que eles fazem no palco, o Foals amadureceu.
A performance deste domingo mostrou a força e potência sonora que a banda tem agora. Mesmo canções do disco lançado em fevereiro deste ano, como “My Number” e “Late Night”, anunciadas nominalmente por Yannis, tiveram um apelo surpreendentemente bom com o público presente, que foi crescendo em número.
Aproveitando a falta de chuva, pessoas montavam pequenos agrupamentos, com toalhas na grama, e sentavam-se (ou deitavam-se) para curtir a performance dos britânicos.
“Spanish Sahara”, grande hit do segundo disco deles, Total Life Forever (2010), ganhou o público pela força das guitarras, que cresciam com peso, e depois desciam até delicados solos.
Yannis, falastrão nas entrevistas, esbanjou simpatia, com alguns “obrigados” e até um “saudades”, em português. Quando a uma hora de show se acabou, às 16h15, a banda se despediu. O sol ainda estava alto e quente, mas o público pediu por mais. Eles não voltaram, claro, mas o recado foi dado: a saudade expressada pelo vocalista será refletida pelos brasileiros daqui.