Com canções de seu disco novo, Life is Good, e hits da carreira, rapper mostra o motivo pelo qual é considerado um dos maiores
Muita gente fala, e muita gente duvida, que Nas é um dos melhores rappers na história. Na tenda Perry do Lollapalooza na tarde deste sábado, 30, ele mostrou o motivo pelo qual carrega tanta fama. Mesmo que não diante de uma plateia significativa, como a que acompanharia uma performance de Jay-Z, Eminem ou Snoop Lion, provou que não só suas letras são impecáveis como também sua postura como frontman.
O horário em que se apresentou também não ajudou muito. Quando entrou no palco, às 18h30, Franz Ferdinand chegava ao clímax de seu show a poucos metros de distância. Mas mesmo quando a banda britânica encerrou seu set, a tenda Perry não lotou – talvez não seja mesmo o tipo de artista reverenciado pelo público do Lollapalooza.
Mas quem ficou viu uma grande apresentação, digna de todos os méritos que Nas já recebeu em sua vida. Antes de o MC subir ao palco, seu DJ disparou grandes hits de gente como Notorious B.I.G. e 2Pac. A entrada de Nas no palco ficou como uma mensagem – ele está no nível de todas essas lendas do rap.
Talvez por isso tenha iniciado o show com canções mais antigas. Do clássico Illmatic (1994), fez “The World is Yours”, “N.Y. Mind” e “Life’s a Bitch” – em relação à vida, deve ter mudado de ideia, já que depois de quase 20 anos de sucesso, o nome de seu disco lançado no ano passado afirma que “a vida é boa” (Life is Good).
“Daughters”, dedicada à filha dele, e “Bye Baby”, à ex-mulher, foram algumas das faixas recentes que encontraram resposta do público, além de outras de 2012, como “World is an Addiction” e “No Introduction”. O rapper fez questão de mostrar que não tem só trunfos antigos como ainda está em plena forma.
A figura de Nas é simpática. Nem hesitou em dar o máximo diante de uma pista pouco povoada, como outros representantes do gênero com bem menos história já fizeram por aqui. Ele não faz o estilo bonachão, nem o bad boy – é autêntico e carrega suas origens nova-iorquinas sem clichês. Faz o que sabe fazer – salta de uma canção para outra com desenvoltura, interpreta a chuva de versos com tranquilidade e comanda o público com autoridade.
Ao terminar seu set, a tenda Perry já estava bem menos vazia do que quando começou. Bastante gente pôde cantar “One Love”, de Bob Marley, que soou das caixas de som ao fim da saideira “One Mic”. E mesmo quem viu só o final aproveitou – foi muito bom, assim como a vida, assim como Nas.