Grupo subiu ao palco Onix para apresentar o álbum More Than Just a Dream
Para quem já ouviu a história de que Michael Fitzpatrick, líder do Fitz and the Tantrums, não gostar de sair em turnê, a inquietude do músico no palco pode causar uma enorme confusão. A banda mostrou uma energia absolutamente contagiante, no Lollapalooza 2015, ao entoar o refrão de “Don't Gotta Work It Out”. Fitz e Noelle Scaggs, também responsável pelos vocais do grupo, deixaram bem claro que quem ali estivesse não poderia ficar parado.
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Pela primeira no Brasil, o Fitz and the Tantrums fez um show não só para os fãs, mas também para convencer àqueles que não os conheciam de que a banda de Los Angeles mereceu o convite para tocar no festival. Não foi o que aconteceu - a energia de Fitzpatrick e de Noelle certamente cativa, assim como as marcantes linhas de baixo de Joseph Karnes; no entanto, musicalmente, o grupo pouco tem a acrescentar a um line-up tão carente quanto o do Lollapalooza 2015. No mesmo palco, há um ano, em um horário bastante parecido, o Vampire Weekend ocupava o mesmo posto do Fitz and the Tantrums de forma bem mais animada.
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Fitz e cia. não podem ser culpados por falta de esforço, sobretudo quando se nota a incrível capacidade dos vocalistas de estar em quase todos os lugares do palco ao mesmo tempo. Cada refrão foi entoado com energia, nos telões ao lado via-se a devoção de Fitzpatrick em cada uma das canções, como na emocionante “Break the Wall” e em “Spark”. A apresentação foi constante, com músicas curtas e sem muita experimentação.
O grupo intercalou faixas dançantes com canções que apresentam uma certa dose de lirismo, havendo ruptura dessa fórmula em apenas dois momentos: quando o grupo deu a “Sweet Dreams”, clássico do Eurythimcs, uma roupagem bastante pessoal, e em “LOV”, que ganhou um longo solo de saxofone por James King.
O show seguiu coeso, dando espaço para um certo romantismo com as faixas “Fools Gold” e “6am” em sequência. O que frustra da apresentação do Fitz and the Tantrums não é a performance da banda, que dá conta da função de subir ao palco com segurança, mas a constatação da fragilidade do line-up do festival, que abre pouco espaço para shows mais lúdicos, com uma dose mais generosa de experimentação.