Artista revelação da música nacional se emocionou ao ver a reação do público do festival às suas primeiras músicas
Ao ser ovacionada depois de cantar “Bédi Beat”, no início deste sábado, 6, no Lollapalooza 2019, Duda Beat espremeu os olhinhos, numa tentativa inútil de conter as lágrimas que teimavam em sair.
Que jornada teve a cantora de Recife radicada no Rio de Janeiro nesse um ano e meio, mais ou menos. Fez de todas as vezes que alguém quebrou-lhe o coração um versinho para uma canção. Decidiu transformar a dor em algo que a fizesse superar a “bad”. Por ironia, ela, que foi tão desiludida por se apaixonar por músicos hoje está no palco do Lollapalooza, como uma das revelações mais interessantes da música brasileira.
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Em 2018, ela soltou Sinto Muito, o álbum de estreia dela. Já tinha um novo amor, Tomás Troya (músico também), que produziu o disco. Com o trabalho, Duda fez das experiências negativas da sua vida em algo positivo. E, de quebra, conquistou jovens que, como ela, também colecionam corações partidos.
Na era dos amores líquidos, virtuais e mais descartáveis do que copos de cerveja num festival como o Lollapalooza, Duda sofre por eles à moda antiga, com raiva, com desilusão, com angústia e, por fim, um sentimento de vitória ao superar a dor.
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É fácil se identificar com Duda e sua sofrência indie, daquelas de se dançar chorando ou chorar dançando (a ordem dos fatores nesse caso pouco importa). Espera, ela intercala momentos mais densos como em “Back to Bad”, com músicas animadas, tal qual a nova “Chega”, que será lançada até o fim de abril, com as participações de Jaloo e Matheus Carrilho (ambos participaram do show).
Sob o sol, Duda derrete “Bixinho” e toca às duas versões da música, a normal e o remix. O público, é claro, adora. É fácil derreter com Duda Beat, seja de calor, seja de amor.
Ao final do show, quando a banda já estava fora, o telão do palco mostrou frases como “1964 foi golpe, sim”, “fora, Bolsonaro” e “liberdade para Renan da Penha”.